DECRETO Nº 5.741, DE 30 DE MARÇO DE 2006
Regulamenta os arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, e dá outras providências.
_____________________________________________________________________
Nota: Regulamenta os arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171/1991
_____________________________________________________________________
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, alínea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts.
27-A, 28-A e 29-A da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991,
DECRETA:
.Art. 1º Fica aprovado, na forma do Anexo deste Decreto, o Regulamento dos arts. 27-A,
28-A e 29-A da Lei nº
8.171, de 17 de janeiro de 1991.
.Art. 2º Compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a
edição dos atos e normas complementares previstos no Regulamento ora aprovado. (Redação dada pelo(a) Decreto 6.348/2008)
_______________________________________________ Redação(ões) Anterior(es)
.Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de março de 2006; 185º da Independência e 118º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Roberto Rodrigues
Miguel Soldatelli Rossetto
ANEXO
REGULAMENTO DOS ARTS. 27-A, 28-A E 29-A DA LEI Nº 8.171, DE 17 DE JANEIRO DE
1991
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Fica instituído, na forma definida neste Regulamento, o Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária.
§ 1º Participarão do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária:
I - serviços e instituições oficiais;
II - produtores e trabalhadores rurais, suas associações e técnicos que lhes prestam
assistência;
III - órgãos de fiscalização das categorias profissionais diretamente vinculados à
sanidade agropecuária; e
IV - entidades gestoras de fundos organizados pelo setor privado para complementar as
ações públicas no campo da defesa agropecuária.
§ 2º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária opera em conformidade
com os princípios e definições da sanidade agropecuária, incluindo o controle de
atividades de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização, educação, vigilância de
animais, vegetais, insumos e produtos de origem animal e vegetal.
§ 3º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária desenvolverá,
permanentemente, as seguintes atividades:
I - vigilância e defesa sanitária vegetal;
II - vigilância e defesa sanitária animal;
III - inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, seus derivados,
subprodutos e resíduos de valor econômico;
IV - inspeção e classificação de produtos de origem animal, seus derivados,
subprodutos e resíduos de valor econômico; e
V - fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias.
§ 4º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária articular-se-á com o
Sistema Único de Saúde, no que for atinente à saúde pública.
Seção I
Dos Princípios e Obrigações Gerais
Art. 2º As regras e os processos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária contêm os princípios a serem observados em matéria de sanidade
agropecuária, especialmente os relacionados com as responsabilidades dos produtores, dos
fabricantes e das autoridades competentes, com requisitos estruturais e operacionais da
sanidade agropecuária.
§ 1º As regras gerais e específicas do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária têm por objetivo garantir a proteção da saúde dos animais e a sanidade
dos vegetais, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária, e
identidade, qualidade e segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos
agropecuários finais destinados aos consumidores.
§ 2º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária funciona de forma
integrada para garantir a sanidade agropecuária, desde o local da produção primária
até a colocação do produto final no mercado interno ou a sua destinação para a
exportação.
§ 3º Os produtores rurais, industriais e fornecedores de insumos, distribuidores,
cooperativas e associações, industriais e agroindustriais, atacadistas e varejistas,
importadores e exportadores, empresários e quaisquer outros operadores do agronegócio,
ao longo da cadeia de produção, são responsáveis pela garantia de que a sanidade e a
qualidade dos produtos de origem animal e vegetal, e a dos insumos agropecuários não
sejam comprometidas.
§ 4º A realização de controles oficiais nos termos deste Regulamento não exime os
participantes da cadeia produtiva da responsabilidade legal e principal de garantir a
saúde dos animais, a sanidade dos vegetais, a segurança, a qualidade e a identidade dos
produtos de origem animal e vegetal, e dos insumos agropecuários, nem impede a
realização de novos controles ou isenta da responsabilidade civil ou penal decorrente do
descumprimento de suas obrigações.
§ 5º Os produtores rurais e os demais integrantes das cadeias produtivas cooperarão
com as autoridades competentes para assegurar maior efetividade dos controles oficiais e
melhoria da sanidade agropecuária.
§ 6º Os processos de controle sanitário incluirão a rastreabilidade dos produtos de
origem animal e vegetal, dos insumos agropecuários e respectivos ingredientes e das
matérias-primas, ao longo da cadeia produtiva.
§ 7º As normas complementares de defesa agropecuária decorrentes deste Regulamento
serão fundamentadas em conhecimento científico.
§ 8º A importação e a exportação de animais e vegetais, de produtos de origem
animal e vegetal, dos insumos agropecuários e respectivos ingredientes e das
matérias-primas respeitarão as disposições deste Regulamento.
§ 9º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária respeitará as
especificidades regionais de produtos e das diferentes escalas de produção, incluindo a
agroindústria rural de pequeno porte. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Art. 3º A área municipal é a unidade geográfica básica para a organização do
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e para o funcionamento dos
serviços oficiais de sanidade agropecuária.
Art. 4º Este Regulamento se aplica a todas as fases da produção, transformação,
distribuição e dos serviços agropecuários, sem prejuízo de requisitos específicos
para assegurar a sanidade agropecuária, a qualidade, a origem e identidade dos produtos e
insumos agropecuários.
Art. 5º Os participantes da cadeia produtiva estão obrigados a cientificar à
autoridade competente, na forma por ela requerida:
I - nomes e características dos estabelecimentos sob o seu controle, que se dedicam a
qualquer das fases de produção, transformação, distribuição e dos serviços
agropecuários;
II - informações atualizadas sobre os estabelecimentos, mediante a notificação de
qualquer alteração significativa das atividades e de seu eventual encerramento; e
III - ocorrência de alterações das condições sanitárias e fitossanitárias
registrada em seus estabelecimentos, unidades produtivas ou propriedades.
Art. 6º Este Regulamento estabelece as regras destinadas aos participantes do Sistema
Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e as normas para a realização de
controles oficiais destinados a verificar o cumprimento da legislação sanitária
agropecuária e a qualidade dos produtos e insumos agropecuários, levando em
consideração:
I - a garantia da saúde dos animais e sanidade dos vegetais;
II - a garantia da sanidade, qualidade e segurança dos produtos de origem animal e
vegetal ao longo da cadeia produtiva, a partir da produção primária;
III - a manutenção da cadeia do frio, em especial para os produtos de origem animal e
vegetal congelados ou perecíveis que não possam ser armazenados com segurança à
temperatura ambiente;
IV - a aplicação geral dos procedimentos baseados no sistema de Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle - APPCC e análises de riscos;
V - o atendimento aos critérios microbiológicos;
VI - a garantia de que os animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de
origem animal e vegetal importados respeitem os mesmos padrões sanitários e de qualidade
exigidos no Brasil, ou padrões equivalentes;
VII - a prevenção, eliminação ou redução dos riscos para níveis aceitáveis;
VIII - o cumprimento das normas zoossanitárias e fitossanitárias;
IX - a observação dos métodos oficiais de amostragens e análises; e
X - o atendimento aos demais requisitos estabelecidos pela legislação sanitária
agropecuária.
§ 1º Os métodos oficiais de amostragem e análise utilizados como referência serão
estabelecidos observando norma específica.
§ 2º Enquanto não forem especificados os métodos oficiais de amostragem ou de
análise, podem ser utilizados métodos que sejam cientificamente validados em
conformidade com regras ou protocolos internacionalmente reconhecidos.
"Art. 7º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá normas específicas de defesa agropecuária a serem observadas: (Alterado pelo decreto 8471 de 22/06/2015 ) Redação anterior
I - na produção rural para a preparação, a manipulação ou a armazenagem doméstica de produtos de origem agropecuária para consumo familiar, que ficará dispensada de registro, inspeção e fiscalização;
II - na venda ou no fornecimento a retalho ou a granel de pequenas quantidades de produtos da produção primária, direto ao consumidor final, pelo agricultor familiar ou equivalente e suas organizações ou pelo pequeno produtor rural que os produz; e
III - na agroindustrialização realizada pela agricultura familiar ou equivalente e suas organizações, inclusive quanto às condições estruturais e de controle de processo.
§ 1º As normas específicas de que trata o caput deverão ser editadas no prazo de até:
I - noventa dias, no caso do inciso II do caput; e
II - cento e oitenta dias, no caso do inciso III do caput. § 2º As normas específicas previstas neste artigo deverão observar o risco mínimo de disseminação de doenças para saúde animal, de pragas e de agentes microbiológicos e químicos prejudiciais à saúde pública e os interesses dos consumidores." (NR)
_________________________Inciso acrescentado pelo decreto 8471 de 22/06/2015
"Art. 7º-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá classificar o estabelecimento agroindustrial de bebidas ou de produtos de origem animal como agroindústria artesanal, considerados os costumes, os hábitos e os conhecimentos tradicionais na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares." (NR)
_________________________Acrescentado pelo decreto 8471 de 22/06/2015
Art. 8º Este Regulamento não desobriga o atendimento de quaisquer disposições
específicas relativas a outros controles oficiais não relacionados com defesa
agropecuária da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Parágrafo único. Entre os controles oficiais da União mencionados no caput estão as
disposições relativas ao controle higiênico-sanitário estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde
- SUS.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA UNIFICADO DE ATENÇÃO À SANIDADE AGROPECUÁRIA
Seção I
Das Instâncias
Art. 9º As atividades do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
serão executadas pelas Instâncias Central e Superior, Intermediárias e Locais.
§ 1º A Instância Central e Superior responderá pelas atividades privativas do
Governo Federal, de natureza política, estratégica, normativa, reguladora, coordenadora,
supervisora, auditora, fiscalizadora e inspetora, incluindo atividades de natureza
operacional, se assim determinar o interesse nacional ou regional.
§ 2º As Instâncias Intermediárias serão responsáveis pela execução das
atividades de natureza estratégica, normativa, reguladora, coordenadora e operativa de
interesse da União, e também as privativas dos Estados ou do Distrito Federal, em seus
respectivos âmbitos de atuação e nos termos das regulamentações federal, estadual ou
distrital pertinentes.
§ 3º As Instâncias Locais responderão pela execução de ações de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, no âmbito de sua atuação,
nos termos das legislações federal, estadual, distrital ou municipal pertinentes.
§ 4º Cabe aos integrantes do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
zelar pelo pleno cumprimento das legislações especificas vigentes, que regulamentam as
atividades de defesa agropecuária, as obrigações e os compromissos assumidos pelos
acordos internacionais.
§ 5º Atos de controle realizados por autoridades competentes das três Instâncias
são considerados atos diretos do Poder Público.
§ 6º Incumbe às autoridades competentes das três Instâncias assegurar:
I - a eficácia e a adequação dos controles oficiais em todas as fases das cadeias
produtivas;
II - a contratação, por concurso público, do pessoal que efetua os controles
oficiais;
III - a ausência de quaisquer conflitos de interesses por parte do pessoal que efetua
os controles oficiais;
IV - a existência ou o acesso a laboratórios com capacidade adequada para a
realização de testes, com pessoal qualificado e experiente em número suficiente, de
forma a realizar os controles oficiais com eficiência e eficácia;
V - a disponibilidade, a adequação e a devida manutenção de instalações e
equipamentos, para garantir que o pessoal possa realizar os controles oficiais com
segurança e efetividade;
VI - a existência dos poderes legais necessários para efetuar os controles oficiais e
tomar as medidas previstas neste Regulamento; e
VII - a existência de planos de emergência e de contingência, e a preparação das
equipes para executar esses planos.
§ 7º As autoridades competentes das três Instâncias garantirão imparcialidade,
qualidade e coerência dos controles oficiais.
Art. 10. As três Instâncias assegurarão que os controles oficiais sejam realizados
regularmente, em função dos riscos sanitários agropecuários existentes ou potenciais e
com freqüência adequada para alcançar os objetivos deste Regulamento, sobretudo:
I - riscos identificados ou associados;
II - antecedentes dos responsáveis pela produção ou pelo processamento;
III - confiabilidade de autocontroles realizados; e
IV - indícios de descumprimento deste Regulamento ou da legislação específica.
Art. 11. A critério da autoridade competente, os controles oficiais poderão ser
efetuados em qualquer fase da produção, da transformação, do armazenamento, do
transporte e da distribuição e abrangerão o mercado interno, as exportações e as
importações.
§ 1º As autoridades competentes de cada Instância verificarão o cumprimento da
legislação mediante controles não-discriminatórios.
§ 2º Para a organização dos controles oficiais, as autoridades competentes de cada
Instância solicitarão aos produtores documentos e informações adicionais sobre seus
produtos.
§ 3º Caso seja constatado qualquer descumprimento durante um controle efetuado no
local de destino, ou durante a armazenagem ou o transporte, as autoridades competentes de
cada Instância tomarão as medidas adequadas.
§ 4º As auditorias, inspeções e fiscalizações serão efetuadas sem aviso prévio,
exceto em casos específicos em que seja obrigatória a notificação prévia do
responsável pelo estabelecimento ou pelos serviços.
Art. 12. A adequação, formulação ou as alterações de normas de defesa
agropecuária observarão as disposições deste Regulamento, para o contínuo
aprimoramento do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
Seção II
Da Instância Central e Superior
Art. 13. As atividades da Instância Central e Superior são exercidas pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e seus órgãos colegiados, constituídos e
disciplinados pelo Conselho Nacional de Política Agrícola, nos termos do art. 5º da Lei
nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991.
§ 1º Cabe ao Conselho Nacional de Política Agrícola assegurar que órgãos
colegiados sejam constituídos com participação de representantes dos governos e da
sociedade civil, garantindo funcionamento democrático e harmonizando interesses
federativos e de todos os participantes do sistema, e aprovar os regimentos internos dos
órgãos colegiados.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, institucionalizará os órgãos colegiados no prazo máximo de noventa dias
após a constituição pelo Conselho Nacional de Política Agrícola.
§ 3º As Unidades Descentralizadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - Superintendências Federais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
Laboratórios Nacionais Agropecuários - são integrantes da Instância Central e
Superior.
§ 4º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, constituirá, no prazo definido no § 2º, Comitês Executivos para apoiar a
gestão de defesa agropecuária de responsabilidade da Instância Central e Superior.
Art. 14. À Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária compete:
I - a vigilância agropecuária de portos, aeroportos e postos de fronteira
internacionais e aduanas especiais;
II - a fixação de normas referentes a campanhas de controle e de erradicação de
pragas dos vegetais e doenças dos animais;
III - a aprovação dos métodos de diagnóstico e dos produtos de usos veterinário e
agronômico;
IV - a manutenção do sistema de informações epidemiológicas;
V - a regulamentação, regularização, implantação, implementação, coordenação
e avaliação das atividades referentes à educação sanitária em defesa agropecuária,
nas três Instâncias do Sistema Unificado;
VI - a auditoria, a supervisão, a avaliação e a coordenação das ações
desenvolvidas nas Instâncias intermediárias e locais;
VII - a representação do País nos fóruns internacionais que tratam de defesa
agropecuária;
VIII - a realização de estudos de epidemiologia e de apoio ao desenvolvimento do
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária;
IX - o aprimoramento do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária;
X - a cooperação técnica às outras instâncias do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária;
XI - a manutenção das normas complementares de defesa agropecuária; e
XII - a execução e a operacionalização de atividades de certificação e
vigilância agropecuária, em áreas de sua competência.
Art. 15. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, é
responsável por:
I - elaborar os regulamentos sanitários e fitossanitários para importação e
exportação de animais, vegetais e suas partes, produtos e subprodutos, matérias
orgânicas, organismos biológicos e outros artigos regulamentados em função do risco
associado à introdução e à disseminação de pragas e doenças;
II - organizar, conduzir, elaborar e homologar análise de risco de pragas e doenças
para importação e exportação de produtos e matérias-primas;
III - promover o credenciamento de centros colaboradores;
IV - participar no desenvolvimento de padrões internacionais relacionados ao
requerimento sanitário e fitossanitário, e à análise de risco para pragas e doenças;
V - gerenciar, compilar e sistematizar informações de risco associado às pragas e
doenças; e
VI - promover atividades de capacitação nos temas relacionados ao risco associado às
pragas e doenças.
Art. 16. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, estabelecerá as normas operacionais, contemplando o detalhamento das
atividades do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, no âmbito de sua
competência.
Art. 17. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão as informações
solicitadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior.
Art. 18. Para operacionalização e controle do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, deverá:
I - organizar e definir as relações entre as autoridades do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária;
II - estabelecer os objetivos e metas a alcançar;
III - definir funções, responsabilidades e deveres do pessoal;
IV - estabelecer procedimentos de amostragem, métodos e técnicas de controle,
interpretação dos resultados e decisões decorrentes;
V - desenvolver os programas de acompanhamento dos controles oficiais e da vigilância
agropecuária;
VI - apoiar assistência mútua quando os controles oficiais exigirem a intervenção
de mais de uma das Instâncias Intermediárias;
VII - cooperar com outros serviços ou departamentos que possam ter responsabilidades
neste âmbito;
VIII - verificar a conformidade dos métodos de amostragem, dos métodos de análise e
dos testes de detecção; e
IX - desenvolver ou promover outras atividades e gerar informações necessárias para
o funcionamento eficaz dos controles oficiais.
Seção III
Das Instâncias Intermediárias
Art. 19. As atividades das Instâncias Intermediárias serão exercidas, em cada
unidade da Federação, pelo órgão com mandato ou com atribuição para execução de
atividades relativas à defesa agropecuária.
§ 1º As atividades das Instâncias Intermediárias poderão ser exercidas por
instituições definidas pelos Governos Estaduais ou pelo Distrito Federal, podendo
representar:
I - regiões geográficas;
II - grupos de Estados, Estado ou o Distrito Federal, individualmente;
III - pólos produtivos; e
IV - região geográfica específica.
§ 2º As Instâncias Intermediárias designarão as autoridades competentes
responsáveis pelos objetivos e controles oficiais previstos neste Regulamento.
§ 3º Quando uma das Instâncias Intermediárias atribuir competência para efetuar
controles oficiais a uma autoridade ou autoridades de outra Instância Intermediária, ou
a outra instituição, a Instância que delegou garantirá coordenação eficiente e
eficaz entre todas as autoridades envolvidas.
Art. 20. Às Instâncias Intermediárias do Sistema Unificado de Atenção competem as
seguintes atividades:
I - vigilância agropecuária do trânsito interestadual de vegetais e animais;
II - coordenação e execução de programas e campanhas de controle e erradicação de
pragas dos vegetais e doenças dos animais;
III - manutenção dos informes nosográficos;
IV - coordenação e execução das ações de epidemiologia;
V - coordenação e execução dos programas, dos projetos e das atividades de
educação sanitária em sua área de atuação; e
VI - controle da rede de diagnóstico e dos profissionais de sanidade credenciados.
Art. 21. A Instância Intermediária tomará as medidas necessárias para garantir que
os processos de controle sejam efetuados de modo equivalente em todos os Municípios e
Instâncias Locais.
§ 1º A autoridade competente da unidade da Federação de destino deve verificar o
cumprimento da legislação mediante controles não-discriminatórios.
§ 2º Caso seja constatado qualquer descumprimento durante o controle efetuado no
local de destino, ou durante a armazenagem ou o transporte, a Instância Intermediária
tomará as medidas adequadas.
Art. 22. As Instâncias Intermediárias coordenarão e compilarão as informações
referentes às atividades de sanidade agropecuária em seu âmbito de atuação.
Seção IV
Das Instâncias Locais
Art. 23. As atividades da Instância Local serão exercidas pela unidade local de
atenção à sanidade agropecuária, a qual estará vinculada à Instância
Intermediária, na forma definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, e poderá abranger uma ou mais unidades
geográficas básicas, Municípios, incluindo microrregião, território, associação de
Municípios, consórcio de Municípios ou outras formas associativas de Municípios.
§ 1º A Instância Local dará, na sua jurisdição, plena atenção à sanidade
agropecuária, com a participação da sociedade organizada, tratando das seguintes
atividades:
I - cadastro das propriedades;
II - inventário das populações animais e vegetais;
III - controle de trânsito de animais e vegetais;
IV - cadastro dos profissionais atuantes em sanidade;
V - execução dos programas, projetos e atividades de educação sanitária em defesa
agropecuária, na sua área de atuação;
VI - cadastro das casas de comércio de produtos de usos agronômico e veterinário;
VII - cadastro dos laboratórios de diagnósticos de doenças;
VIII - inventário das doenças e pragas diagnosticadas;
IX - execução de campanhas de controle de doenças e pragas;
X - educação e vigilância sanitária;
XI - participação em projetos de erradicação de doenças e pragas; e
XII - atuação em programas de erradicação de doenças e pragas.
§ 2º As Instâncias Locais designarão as autoridades competentes responsáveis para
efeitos dos objetivos e dos controles oficiais previstos neste Regulamento.
Art. 24. A Instância Local poderá ter mais de uma unidade de atendimento à
comunidade e aos produtores rurais em defesa agropecuária.
Art. 25. As Instâncias Locais, pelos escritórios de atendimento à comunidade e pelas
unidades locais de atenção à sanidade agropecuária, são os órgãos de notificação
dos eventos relativos à sanidade agropecuária.
CAPÍTULO III
DOS PROCESSOS DAS INSTÂNCIAS DO SISTEMA UNIFICADO DE ATENÇÃO À SANIDADE
AGROPECUÁRIA
Seção I
Da Erradicação e Dos Controles de Pragas e Doenças
Art. 26. As estratégias e as políticas de promoção da sanidade e da vigilância
agropecuária serão ecossistêmicas e descentralizadas, por tipo de problema sanitário,
visando ao alcance de áreas livres de pragas e doenças, conforme previsto em acordos e
tratados internacionais subscritos pelo País.
§ 1º Sempre que recomendado epidemiologicamente, é prioritária a erradicação das
doenças e pragas na estratégia de áreas livres.
§ 2º Na impossibilidade de erradicação, serão adotados os programas de
prevenção, controle e vigilância sanitária e fitossanitária visando à contenção da
doença ou praga para o reconhecimento da condição de área de baixa prevalência ou
para o estabelecimento de sistema de mitigação de risco.
Art. 27. Para todos os casos relevantes, será adotado plano de contingência ou plano
emergencial ajustado ao papel de cada Instância do Sistema.
Art. 28. As campanhas nacionais ou regionais de prevenção, controle e erradicação
serão compatíveis com o objetivo de reconhecimento da condição de área,
compartimento, zona ou local livre ou área de baixa prevalência de praga ou doença.
Art. 29. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, estabelecerá e atualizará os requisitos sanitários e
fitossanitários para o trânsito nacional e internacional de animais e vegetais, suas
partes, produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, resíduos de valor econômico,
organismos biológicos e outros produtos e artigos regulamentados, que possam servir de
substrato, meio de cultura, vetor ou veículo de disseminação de pragas ou doenças.
Art. 30. As Instâncias Intermediárias e Locais implantarão sistema de alerta e
comunicação para notificação de riscos diretos ou indiretos à saúde animal e
sanidade vegetal, e para troca de informações que facilitem ação de avaliação e
gestão dos riscos, rápida e adequada, por parte dos integrantes do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária.
Art. 31. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, disciplinará mecanismos que viabilizem a participação de
consórcios de entidades públicas e privadas, institutos e fundos, para a implementação
de política sanitária ou fitossanitária comuns, de forma a garantir maior inserção da
microrregião nos mercados regional, nacional e internacional.
Art. 32. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária desenvolverão mecanismos de mobilização, articulação e organização da
comunidade local, na formulação, implementação e avaliação das políticas
sanitárias ou fitossanitárias.
Art. 33. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, elaborará planos de contingência, de controle e de emergência para
doenças e pragas de impacto, e institucionalizará Grupos Nacionais de Emergências
Sanitária e Fitossanitária.
§ 1º Os planos de contingência, de controle e de emergência para doenças e pragas
de impacto serão elaborados de forma preventiva e constituirão prioridade para as três
Instâncias.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, coordenará os Grupos Nacionais de Emergências Sanitária e Fitossanitária e
definirá as normas para sua constituição, seu funcionamento, seus programas de
capacitação, treinamento, hierarquia e competências específicas.
§ 3º Os Grupos Nacionais de Emergências Sanitária e Fitossanitária serão
constituídos, preferencialmente, por tipo de problema sanitário ou fitossanitário.
§ 4º Para o funcionamento dos Grupos Nacionais de Emergências Sanitária ou
Fitossanitária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, garantirá equipes mínimas, capacitação permanente e condições de
mobilização para atuar nas ações de controle de emergências sanitárias e
fitossanitárias.
§ 5º Os Grupos Nacionais de Emergências Sanitária ou Fitossanitária poderão ser
auxiliados por equipes técnicas especializadas, na forma definida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 34. As Instâncias Intermediárias institucionalizarão e coordenarão os Grupos
Estaduais ou Regionais de Emergências Sanitária e Fitossanitária.
Parágrafo único. Para sua atuação, os Grupos Estaduais ou Regionais de Emergências
Sanitária e Fitossanitária deverão ser reconhecidos pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 35. Os Grupos Nacionais, Estaduais ou Regionais de Emergências Sanitária e
Fitossanitária atuarão como órgãos operativos e auxiliares às atividades das
autoridades competentes, apoiados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, funcionando como força-tarefa.
§ 1º Os Grupos Nacionais, Estaduais ou Regionais de Emergência Sanitária e
Fitossanitária iniciarão suas atividades de campo com a declaração de estado de alerta
ou de emergência sanitária ou fitossanitária, na forma definida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 2º Os Grupos Nacionais, Estaduais ou Regionais de Emergência Sanitária e
Fitossanitária estarão permanentemente articulados e em estado de prontidão,
independentemente das declarações de emergência, podendo realizar as ações
preventivas e corretivas recomendadas à contenção do evento sanitário ou
fitossanitário.
Art. 36. Os programas de capacitação e treinamento dos Grupos Nacionais, Estaduais ou
Regionais de Emergência Sanitária e Fitossanitária serão coordenados pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, observando
planos de contingência, de controle e de emergência.
Seção II
Da Saúde Animal
Art. 37. O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária manterá serviço
de promoção de saúde animal, prevenção, controle e erradicação de doenças que
possam causar danos à produtividade animal, à economia e à sanidade agropecuária, e
desenvolverá as seguintes atividades, respeitando as atribuições de cada Instância do
Sistema, de acordo com a legislação vigente:
I - avaliação de riscos e controle de trânsito de animais, seus produtos,
subprodutos, resíduos e quaisquer outros produtos ou mercadorias que possam servir de
substrato, meio de cultura, vetor ou veículo de doenças;
II - elaboração de políticas, normas e diretrizes para os programas de prevenção,
controle e erradicação de doenças, objetivando o estabelecimento de área livre ou
controlada;
III - programação, coordenação e execução de ações de vigilância
zoossanitária, especialmente a definição de requisitos sanitários a serem observados
no trânsito de animais, produtos, subprodutos e derivados de origem animal;
IV - elaboração de planos de contingência, de controle e de emergência para
doenças de impacto, definindo as autoridades administrativas que intervirão, os
respectivos poderes e responsabilidades, e os canais e procedimentos para troca de
informações entre os diferentes intervenientes;
V - planejamento, coordenação e implementação do sistema de informação
zoossanitária e banco de dados correspondente, com o objetivo de facilitar a
coordenação das atividades, o intercâmbio de informações e a elaboração e
execução de projetos comuns;
VI - planejamento, coordenação e realização de estudos epidemiológicos para
doenças de interesse em saúde animal;
VII - realização de estudos e análises de dados zoossanitários e investigações
epidemiológicas correspondentes, para subsidiar as ações de planejamento, avaliação e
controle relacionadas aos programas sanitários e às estratégias para o desenvolvimento
da política nacional em saúde animal;
VIII - programação, coordenação e execução da fiscalização do trânsito de
animais, de produtos veterinários, de materiais de multiplicação animal, de produtos
destinados à alimentação animal, produtos, subprodutos e derivados de origem animal,
incluindo a aplicação de requisitos sanitários a serem observados na importação e
exportação;
IX - planejamento, coordenação e execução de ações relacionadas às quarentenas
animais e respectivos estabelecimentos quarentenários;
X - planejamento, coordenação e execução de ações relacionadas com a realização
de exposições, feiras, leilões e outras aglomerações animais;
XI - estabelecimento de procedimentos de controle, inclusive por meio de auditorias, em
qualquer Instância do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, que
auxiliem a gestão em saúde animal, a supervisão das atividades e a revisão do
planejamento;
XII - designação e habilitação, em trabalho conjunto com o sistema de vigilância
agropecuária internacional, de pontos específicos de entrada no território brasileiro
de animais e produtos importados que exijam notificação prévia à chegada, considerando
o risco associado, acesso às instalações de controle, armazenamento, local apropriado
para quarentena e presença de laboratório de apoio;
XIII - articulação com a rede de laboratórios credenciados, oficiais e acreditados
nas atividades relacionadas à saúde animal, visando a elevar a qualidade e uniformidade
dos resultados; e
XIV - coordenação do sistema de alerta zoossanitário para notificação de riscos
para a saúde animal e para informações que facilitem ação de gestão dos riscos
rápida e adequada.
Parágrafo único. A importação de animais, seus produtos, derivados, subprodutos e
resíduos de valor econômico, e de materiais de multiplicação animal, órgãos, tecidos
e células animais, atenderão aos preceitos definidos por meio de análise de risco e
procedimentos definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior.
Seção III
Da Sanidade Vegetal
Art. 38. O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária manterá serviço
de promoção da sanidade vegetal, prevenção, controle e erradicação de pragas que
possam causar danos à produtividade vegetal, à economia e à sanidade agropecuária, e
desenvolverá as seguintes atividades, respeitando as atribuições de cada Instância do
Sistema, de acordo com a legislação vigente:
I - avaliação de riscos e controle de trânsito de vegetais, seus produtos,
subprodutos, resíduos, material orgânico e organismos biológicos, e quaisquer outros
produtos, insumos ou mercadorias que possam servir de substrato, meio de cultura, vetor ou
veículo de pragas;
II - elaboração de políticas, normas e diretrizes para os programas de prevenção,
controle e erradicação de pragas, objetivando a erradicação ou o estabelecimento de
área livre, local livre, área de baixa prevalência ou sistema de mitigação de risco
de pragas regulamentadas;
III - programação, coordenação e execução de ações de vigilância
fitossanitária, especialmente a definição de requisitos a serem observados no trânsito
de vegetais, produtos, subprodutos, resíduos, material orgânico e organismos
biológicos, e quaisquer outros produtos, insumos ou mercadorias que possam servir de
substrato, meio de cultura, vetor ou veículo de pragas;
IV - elaboração de planos de contingência, de controle e de emergência para pragas
regulamentadas, definindo as autoridades administrativas que intervirão, os respectivos
poderes e responsabilidades e os canais e procedimentos para troca de informações entre
os diferentes intervenientes;
V - planejamento, coordenação e implementação do sistema de informação
fitossanitária e banco de dados correspondente, com o objetivo de facilitar a
coordenação das atividades, o intercâmbio de informações e a elaboração e
execução de projetos comuns;
VI - estabelecimento dos requisitos fitossanitários para a autorização de
importação e exportação de vegetais e seus produtos e subprodutos, e quaisquer outros
itens regulamentados, com finalidade comercial, científica, cultural e diplomática;
VII - realização de estudos e análises de dados e investigações fitossanitários
correspondentes, para subsidiar as ações de planejamento, avaliação e controle
relacionadas aos programas e às estratégias para o desenvolvimento da política nacional
em sanidade vegetal;
VIII - programação, coordenação e execução da fiscalização do trânsito de
vegetais, produtos, subprodutos, resíduos, material orgânico, material de propagação e
multiplicação, organismos biológicos e quaisquer outros produtos, insumos ou
mercadorias que possam servir de substrato, meio de cultura, vetor ou veículo de pragas,
incluindo a aplicação de requisitos fitossanitários a serem observados na importação
e exportação;
IX - planejamento, coordenação, execução das atividades relacionadas à quarentena
vegetal e respectivos estabelecimentos quarentenários;
X - estabelecimento de procedimentos de controle, inclusive por meio de auditorias, em
qualquer Instância do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, que
auxilie a gestão em sanidade vegetal, a supervisão das atividades e a revisão do
planejamento;
XI - designação e habilitação, em trabalho conjunto com o sistema de vigilância
agropecuária internacional, de pontos específicos de entrada no território brasileiro
de vegetais e produtos importados que exijam notificação prévia à chegada,
considerando o risco associado, acesso às instalações de controle, armazenamento, local
apropriado para quarentena e presença de laboratório de apoio;
XII - articulação com a rede de laboratórios credenciados, oficiais e acreditados
nas atividades relacionadas à sanidade vegetal, visando a elevar a qualidade e
uniformidade dos resultados das análises;
XIII - regulamentação dos critérios e diretrizes para prestação de serviços de
tratamentos fitossanitários e quarentenários por empresas credenciadas, centros
colaboradores e estações quarentenárias, na forma da legislação pertinente; e
XIV - coordenação do sistema de alerta fitossanitário para notificação de riscos
para a fitossanidade e para o ambiente, e para informações que facilitem ação de
gestão dos riscos rápida e adequada.
Parágrafo único. A importação de vegetais, seus produtos, derivados, subprodutos e
resíduos de valor econômico, e de materiais orgânicos, biológicos, de multiplicação
vegetal, atenderão a procedimentos definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Seção IV
Da Educação Sanitária
Art. 39. A educação sanitária é atividade estratégica e instrumento de defesa
agropecuária no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, para garantir o
comprometimento dos integrantes da cadeia produtiva agropecuária e da sociedade em geral,
no cumprimento dos objetivos deste Regulamento.
§ 1º Para fins deste Regulamento, entende-se como educação sanitária em defesa
agropecuária o processo ativo e contínuo de utilização de meios, métodos e técnicas
capazes de educar e desenvolver consciência crítica no público-alvo.
§ 2º As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
disporão de estrutura organizada para as ações de educação sanitária em defesa
agropecuária.
§ 3º As três Instâncias poderão apoiar atividades de educação sanitária
realizadas por serviços, instituições e organizações públicas e privadas.
Art. 40. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, desenvolverá, de forma continuada, gestão de planos, programas e
ações em educação sanitária em defesa agropecuária, de forma articulada com as
demais Instâncias e com os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, instituirá, regulamentará, coordenará e avaliará periodicamente o Programa
Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária.
§ 2º O Programa Nacional terá, entre outras, as seguintes diretrizes:
I - promoção da compreensão e aplicação da legislação de defesa agropecuária;
II - promoção de cursos de educação sanitária;
III - formação de multiplicadores;
IV - promoção de intercâmbios de experiências; e
V - utilização dos meios de comunicação como instrumento de informação e de
educação.
Art. 41. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, apoiará as ações de educação sanitária em defesa agropecuária
dos segmentos públicos e privados da cadeia produtiva agropecuária e da sociedade em
geral, e das instituições de ensino e de pesquisa, desde que estejam em conformidade com
o que determina o Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária.
Seção V
Da Gestão dos Laboratórios
Art. 42. As autoridades competentes, em cada Instância do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária, designarão os laboratórios credenciados para
análise das amostras de controles oficiais, na forma definida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 1º Os Laboratórios Nacionais Agropecuários são os laboratórios oficiais do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
§ 2º Os Laboratórios Nacionais Agropecuários e os laboratórios públicos e
privados credenciados constituem a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, coordenada pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 3º Os Laboratórios serão organizados em rede, de forma hierarquizada e
regionalizada, tendo como fundamento para a sua estruturação:
I - o nível de complexidade de suas instalações laboratoriais;
II - os critérios epidemiológicos, sanitários, demográficos e geográficos que
orientem a delimitação de suas bases territoriais; e
III - as atividades na sua respectiva jurisdição.
§ 4º O credenciamento de laboratórios atenderá à demanda por análises ou exames,
aos grupos de análises ou espécimes específicos, segundo critérios definidos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 5º A autoridade competente das três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção
à Sanidade Agropecuária que credenciar o laboratório poderá, a qualquer tempo,
cancelar este credenciamento quando deixarem de ser cumpridas as condições previstas no
sistema de credenciamento.
§ 6º Qualquer laboratório, seja público ou privado, uma vez credenciado por uma das
três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, pode ser
designado como referência, por um ou mais escopos, atendendo aos requisitos exigidos.
§ 7º A Instância Intermediária, ao designar um laboratório como referência, por
escopo, para atuar na sua esfera de competência, empregará procedimento documentado para
verificar o cumprimento de critérios definidos por essa Instância, visando a reconhecer
e a aceitar formalmente a competência analítica desse laboratório.
§ 8º As Instâncias Intermediárias e Locais podem estabelecer acordo de cooperação
técnica com laboratórios de referência situados em outras unidades da Federação.
Art. 43. Fica proibida a manipulação de qualquer organismo patogênico de alto risco
sem a existência de laboratório com nível de biossegurança adequado e sem prévia
autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior.
Seção VI
Do Trânsito Agropecuário
Art. 44. É obrigatória a fiscalização do trânsito nacional e internacional, por
qualquer via, de animais e vegetais, seus produtos e subprodutos, qualquer outro material
derivado, equipamentos e implementos agrícolas, com vistas à avaliação das suas
condições sanitárias e fitossanitárias, e de sua documentação de trânsito
obrigatória.
§ 1º A fiscalização e os controles sanitários agropecuários no trânsito nacional
e internacional de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal, equipamentos e implementos agrícolas, nos termos
deste Regulamento, serão exercidos mediante procedimentos uniformes, em todas as
Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
§ 2º As autoridades responsáveis por transporte aéreo internacional e doméstico,
navegação internacional e de cabotagem, ferrovias, hidrovias e rodovias assegurarão
condições de acesso das equipes de fiscalização sanitária agropecuária às áreas de
embarque e desembarque de passageiros e recebimento e despacho de cargas.
§ 3º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, estabelecerá as normas e coordenará a fiscalização do trânsito nacional e
internacional, por qualquer via, de animais e vegetais, seus produtos e subprodutos, ou
qualquer outro material destes derivado.
§ 4º As Instâncias Intermediárias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária atuarão na fiscalização agropecuária do trânsito interestadual, com
base nas normas fixadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior.
§ 5º As Instâncias Intermediárias regulamentarão e coordenarão a fiscalização
agropecuária do trânsito intermunicipal e intramunicipal, com base nas normas fixadas
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 6º As Instâncias Locais do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária atuarão na fiscalização agropecuária no âmbito de sua atuação.
§ 7º As Instâncias Locais do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária regulamentarão e coordenarão o trânsito intramunicipal, com base nas
normas fixadas pelas Instâncias Intermediárias e pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 45. A fiscalização do trânsito agropecuário nacional e internacional
incluirá, entre outras medidas, a exigência de apresentação de documento oficial de
sanidade agropecuária emitido pelo serviço correspondente, o qual conterá a indicação
de origem, destino e sua finalidade, e demais exigências da legislação.
Seção VII
Da Vigilância do Trânsito Agropecuário Interestadual
Art. 46. Os critérios técnicos para estabelecer a classificação ou categorização
de risco de disseminação e estabelecimento de pragas e doenças regulamentadas, por
unidade da Federação ou região geográfica, os quais orientarão a fiscalização do
trânsito interestadual, serão definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, com base nos seguintes fatores:
I - características epidemiológicas específicas das pragas e doenças;
II - histórico da ocorrência de casos ou focos das pragas ou doenças;
III - histórico das inconformidades verificadas na fiscalização do trânsito;
IV - definição da área geográfica incluída no programa a que se aplica a
classificação ou categorização;
V - avaliação da condição zoossanitária ou fitossanitária nas áreas geográficas
e das respectivas fronteiras, a serem classificadas ou categorizadas;
VI - estrutura, operacionalização e desempenho dos programas de prevenção,
erradicação e controle de pragas e doenças;
VII - organização do sistema de vigilância sanitária agropecuária;
VIII - condições e eficiência da fiscalização do trânsito agropecuário; e
IX - grau de articulação das estruturas de apoio institucional, incluindo a rede
laboratorial.
Art. 47. O planejamento das ações e a aplicação de medidas sanitárias e
fitossanitárias para cada doença ou praga, e a definição das normas de controle do
trânsito para movimentação de vegetais, animais, seus produtos e quaisquer outros
produtos ou mercadorias estarão baseadas na classificação ou categoria de risco
efetuada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior.
Art. 48. A critério do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, serão definidas rotas de trânsito e pontos específicos
de ingresso e egresso de vegetais, animais, produtos básicos e outros artigos
regulamentados, que possam atuar como vetor ou veículo de disseminação ou dispersão de
determinada praga ou doença.
§ 1º As Instâncias Intermediárias instalarão postos de fiscalização sanitária e
fitossanitária interestaduais ou inter-regionais, fixos ou móveis, para fiscalização
do trânsito, incluindo, entre outras medidas, os mecanismos de interceptação e
exclusão de doenças e pragas, destruição de material apreendido, em estreita
cooperação com outros órgãos, sempre que necessário.
§ 2º Nos casos de identificação de pragas, doenças ou vetores e veículos de
pragas ou doenças de alto potencial de disseminação, o material infestado será
imediatamente destruído ou eliminado, conforme definido em norma específica.
§ 3º As instâncias responsáveis pelo controle de trânsito, em sua área de
abrangência, identificarão e informarão ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, os locais e instalações destinados a
operações de fiscalização, inspeção, desinfecção, desinfestação, destruição ou
eliminação do material apreendido.
Art. 49. As autoridades competentes das Instâncias Intermediárias e Locais, ao
controlar o trânsito agropecuário, verificarão o cumprimento das obrigações definidas
neste Regulamento e nos demais atos normativos pertinentes.
§ 1º A autoridade competente das Instâncias Intermediárias organizará sua
atuação e a das Instâncias Locais, com base nos planos plurianuais elaborados nos
termos deste Regulamento e com base na categorização ou classificação de riscos.
§ 2º Os controles abrangerão todos os aspectos da legislação sanitária para
animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal
e vegetal.
§ 3º Os controles serão realizados em todas as rotas de trânsito de vegetais,
animais, seus produtos e quaisquer outros produtos, mercadorias, equipamentos e
implementos agrícolas que possam atuar como vetor ou veículo de disseminação de praga
ou doença.
§ 4º Os servidores públicos das Instâncias Intermediárias, observando as
exigências previstas no § 6º do art. 9º deste Regulamento, serão autoridades
competentes para fiscalizar o trânsito de vegetais, animais, seus produtos e quaisquer
outros produtos ou mercadorias, equipamentos e implementos agrícolas que possam atuar
como vetor ou veículo de disseminação de praga ou doença, na circulação entre as
unidades da Federação.
Art. 50. Os controles sanitários agropecuários oficiais incluirão, a critério da
autoridade competente, o controle documental, de origem e físico, conforme norma definida
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 1º A freqüência e a natureza desses controles serão fixadas em normas
específicas das três Instâncias.
§ 2º A freqüência com que os controles físicos serão efetuados dependerá dos:
I - riscos associados aos animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais,
e produtos de origem animal e vegetal;
II - antecedentes em matéria de cumprimento dos requisitos aplicáveis ao produto em
questão; e
III - controles efetuados pelos produtores de animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, produtos de origem animal e vegetal.
§ 3º As amostras retiradas pela fiscalização do trânsito agropecuário serão
manuseadas de forma a garantir a sua validade analítica.
Art. 51. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá e divulgará lista de produtos agropecuários de risco
associado a pragas e doenças, e que exigem controles e notificação prévia de trânsito
entre Instâncias de origem e de destino.
Parágrafo único. As Instâncias responsáveis pela administração das barreiras de
fiscalização sanitária agropecuária suprirão as condições mínimas de funcionamento
das atividades de vigilância agropecuária no trânsito interestadual, intermunicipal e
intramunicipal.
Art. 52. Em caso de indícios de descumprimento da legislação ou de dúvidas quanto
à identidade ou o destino da produção, carga ou remessa, ou à correspondência entre a
produção, carga ou remessa e as respectivas garantias certificadas, a autoridade
competente nos postos sanitários agropecuários poderá reter a remessa ou partida, até
que sejam eliminados os indícios ou as dúvidas.
§ 1º A autoridade competente reterá oficialmente os animais, vegetais, insumos,
inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal transportados, que
não cumpram os requisitos da legislação.
§ 2º A autoridade competente notificará oficialmente os responsáveis pela carga
sobre a inconformidade constatada, cabendo recurso, na forma definida em norma
específica.
§ 3º A autoridade competente adotará, a seu critério, as seguintes medidas:
I - ordenar que os animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais,
produtos de origem animal e vegetal sejam submetidos a tratamento especial ou
quarentenário, devolvidos, sacrificados ou destruídos; e
II - destinar os animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal para outros fins que não aqueles a que inicialmente
se destinavam, dependendo do risco associado.
§ 4º No caso de equipamentos e implementos agrícolas que possam disseminar doenças
e pragas, a autoridade competente condicionará a liberação à sua desinfecção ou
desinfestação.
§ 5º No caso da detecção de inconformidades, a autoridade competente notificará as
demais Instâncias envolvidas e prestará informações definidas em normas específicas
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 6º A autoridade competente assegurará que os tratamentos especial ou
quarentenário sejam realizados em conformidade com as condições estabelecidas neste
Regulamento e nas normas específicas aplicáveis.
§ 7º O prazo máximo para retenção de cargas ou partidas, por motivo de controle
sanitário agropecuário, será de quinze dias.
§ 8º O prazo de que trata o § 7º poderá ser ampliado, a critério da autoridade
competente, nos casos previstos em normas específicas.
§ 9º Decorrido o prazo de quinze dias, se a reexpedição não tiver sido feita,
salvo demora justificada, a remessa deve ser devolvida, sacrificada ou destruída.
Art. 53. A autoridade competente cientificará o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, como Instância Central e Superior, das suas decisões, preferencialmente
mediante sistema eletrônico oficial.
Art. 54. Os responsáveis pela contratação dos serviços de transporte e o
transportador de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de
origem animal e vegetal, equipamentos e implementos agrícolas responderão pelas despesas
incorridas em decorrência das decisões das autoridades competentes.
Seção VIII
Da Vigilância do Trânsito Agropecuário Internacional
Art. 55. As atividades de vigilância sanitária agropecuária de animais, vegetais,
insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de origem animal e vegetal, e
embalagens e suportes de madeira importados, em trânsito aduaneiro e exportados pelo
Brasil, são de responsabilidade privativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento coordenará e executará
as atividades do sistema de vigilância agropecuária internacional.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento institucionalizará o
comitê gestor do sistema de vigilância agropecuária internacional e os subcomitês do
sistema de vigilância agropecuária internacional dos aeroportos internacionais, portos
organizados, postos de fronteira e aduanas especiais, os quais atuarão como órgãos
consultivos junto às autoridades competentes.
§ 3º Os Fiscais Federais Agropecuários são as autoridades competentes para atuar na
área da fiscalização da sanidade agropecuária das importações, exportações e
trânsito aduaneiro de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal.
§ 4º As normas gerais de vigilância agropecuária internacional previstas neste
Regulamento e nas legislações específicas são aplicáveis aos controles oficiais de
animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal
e vegetal importados e exportados.
§ 5º Os controles oficiais abrangerão todos os aspectos da legislação sanitária
agropecuária para animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal.
§ 6º Os controles oficiais serão realizados em locais definidos pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, incluindo pontos de ingresso e saída das
mercadorias em território nacional, entrepostos, instalações de produção, em regimes
aduaneiros ou destinadas a zonas francas, em entrepostos especiais, unidades especiais de
reexportação ou outros pontos da cadeia de produção e distribuição, incluindo
reembarques.
Art. 56. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá as zonas primárias de defesa agropecuária e estabelecerá
os corredores de importação e exportação de animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal, com base em análises de
risco, requisitos e controles sanitários, status zoossanitário e fitossanitário,
localização geográfica e disponibilidade de infra-estrutura e de recursos humanos.
Art. 57. Os controles sanitários agropecuários oficiais para exportação e
importação de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos
de origem animal e vegetal incluirão, a critério da autoridade competente, o controle
documental, de identidade e físico, conforme norma definida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 1º A freqüência e a natureza desses controles serão fixadas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, e dependerá:
I - dos riscos associados aos animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para
animais, e produtos de origem animal e vegetal;
II - dos controles efetuados pelos produtores ou importadores;e
III - das garantias dadas pela autoridade competente do país exportador.
§ 2º As amostras devem ser manuseadas de forma a garantir a sua validade analítica.
§ 3º Para organização dos controles oficiais de vigilância agropecuária
internacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, poderá exigir que os importadores ou responsáveis pelas
importações de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos
de origem animal e vegetal, notifiquem previamente a sua chegada e natureza, conforme
norma específica.
Art. 58. Os responsáveis pela administração das áreas alfandegadas suprirão as
condições adequadas e básicas de funcionamento das atividades de vigilância
agropecuária internacional, para o funcionamento dos pontos de entrada e saída no
território nacional, em portos, aeroportos, aduanas especiais, postos de fronteiras e
demais pontos habilitados ou alfandegados, na forma definida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 59. Em caso de indícios de descumprimento ou de dúvidas quanto à identidade, à
qualidade, ao destino ou ao uso proposto dos produtos importados, ou à correspondência
entre a importação e as respectivas garantias certificadas, a autoridade competente, nas
unidades de vigilância agropecuária internacional, poderá reter a remessa ou partida,
até que sejam eliminados os indícios ou as dúvidas.
§ 1º A autoridade competente notificará oficialmente os responsáveis pela carga
sobre a inconformidade constatada, cabendo recurso, na forma definida em norma
específica.
§ 2º A autoridade competente poderá, a seu critério e conforme a legislação
pertinente:
I - ordenar que os animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal, sejam sacrificados ou destruídos, sujeitos a
tratamento especial ou quarentenário, devolvidos ou reexportados;
II - ordenar que os animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e
produtos de origem animal e vegetal sejam destinados para outros fins que não aqueles a
que inicialmente se destinavam, dependendo do risco associado; e
III - notificar os demais serviços aduaneiros das suas decisões de rechaço e
fornecer informações sobre o destino final da importação, no caso da detecção de
não-conformidades ou da nãoautorização da introdução de animais, vegetais, insumos,
inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal.
§ 3º As medidas descritas no inciso I do § 2º, a critério da autoridade competente
e conforme a legislação pertinente, serão:
I - tratamento ou transformação que coloque os animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal, em conformidade com os
requisitos da legislação nacional, ou com os requisitos de um país exportador de
reexpedição, incluindo, se for o caso, a descontaminação, excluindo, no entanto, a
diluição; e
II - transformação, por qualquer outra forma adequada, para outros fins que não o
consumo animal ou humano, desde que atenda à legislação pertinente.
§ 4º A autoridade competente assegurará que o tratamento especial ou quarentenário
seja efetuado em estabelecimentos oficiais ou credenciados e em conformidade com as
condições estabelecidas neste Regulamento e nas normas específicas aprovadas.
§ 5º A autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, permitirá a reexportação de uma
remessa, desde que:
I - o novo destino tiver sido definido pelo responsável pela partida; e
II - o país de destino tenha sido informado, previamente, sobre os motivos e as
circunstâncias que impediram a internalização dos animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal em questão no Brasil.
§ 6º O prazo máximo para retenção de cargas ou partidas, por motivo de controle
sanitário agropecuário, será de quinze dias.
§ 7º O prazo de que trata o § 6º poderá ser ampliado, a critério da autoridade
competente, nos casos previstos em normas específicas.
§ 8º Decorrido o prazo de quinze dias, caso não tenha sido efetuada a
reexportação, salvo demora justificada, a partida ou remessa deverá ser destruída.
§ 9º A autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, notificará os serviços aduaneiros das
suas decisões, preferencialmente mediante a utilização de sistema informatizado.
§ 10. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, adotará medidas necessárias para prevenir a introdução no território
nacional das partidas rejeitadas ou rechaçadas, na forma definida em legislação.
§ 11. Os responsáveis pela importação de animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal proverão as despesas
decorrentes das decisões das autoridades competentes.
Art. 60. As autoridades competentes de vigilância agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, e os demais
serviços aduaneiros, públicos e privados, cooperarão estreitamente na organização dos
controles oficiais referidos neste Regulamento.
§ 1º Os serviços aduaneiros não permitirão a introdução ou o manuseio, em zonas
primárias, zonas francas e em aduanas especiais, de remessas de animais, vegetais,
insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal, sem a
concordância da autoridade competente de vigilância agropecuária internacional do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
§ 2º A autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, informará, por meio de documentos
previstos em normas específicas e próprias, aos serviços aduaneiros e aos importadores,
se os lotes podem ou não ser introduzidos em território nacional.
§ 3º A autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
notificará, por meio de documentos previstos em normas específicas e próprias, aos
serviços aduaneiros e aos importadores e indicará se as mercadorias podem ou não ser
colocadas no território nacional antes de serem obtidos os resultados das análises das
amostras, desde que esteja garantida a rastreabilidade das importações.
Art. 61. Serão estabelecidas, nos termos deste Regulamento, medidas necessárias para
garantir a execução uniforme dos controles oficiais da introdução de animais,
vegetais, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal.
Seção IX
Das Certificações
Art. 62. Compete às três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária e aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários, em suas áreas de competência, implantar, monitorar e gerenciar os
procedimentos de certificação sanitária, fitossanitária e de identidade e qualidade,
que têm como objetivo garantir a origem, a qualidade e a identidade dos produtos
certificados e dar credibilidade ao processo de rastreabilidade.
§ 1º Os processos de controles assegurarão as condições para identificar e
comprovar o fornecedor do material certificado na origem e no destino dos produtos, que
serão identificados por códigos que permitam a sua rastreabilidade em toda a cadeia
produtiva, na forma definida em norma específica.
§ 2º Compete, na forma da lei, aos Fiscais Federais Agropecuários a emissão dos
certificados oficiais agropecuários exigidos pelo comércio internacional.
Art. 63. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, instituirá e coordenará bancos de dados de informações relativas
à certificação.
Parágrafo único. Os requisitos sanitários e fitossanitários para o trânsito
agropecuário intermunicipal, interestadual e internacional de animais, vegetais, produtos
e subprodutos de origem animal ou vegetal, e outros produtos que possam servir de
substrato, meio de cultura, vetor ou veículo de doenças ou pragas regulamentadas, serão
definidos em normas específicas de informações relativas à certificação.
Art. 64. Será implantado o cadastro nacional dos responsáveis técnicos habilitados a
emitir a certificação sanitária de origem, fitossanitária de origem, de identidade e
de qualidade, a permissão de trânsito de vegetais e guias de trânsito de animais, na
forma definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, e pela legislação pertinente.
Art. 65. Sem prejuízo dos requisitos gerais adotados para a sanidade agropecuária e
de normas brasileiras e internacionais, o processo de certificação observará:
I - os modelos de certificados previstos nas normas vigentes;
II - os requisitos sanitários e fitossanitários e o respaldo legal para
Certificação;
III - as qualificações dos responsáveis pela certificação;
IV - as garantias e a confiabilidade da certificação, incluindo a certificação
eletrônica;
V - os procedimentos para emissão, acompanhamento, desdobramento, cancelamento,
retificação e substituição de certificados; e
VI - os documentos que devem acompanhar a partida, remessa ou carga, após a
realização dos controles oficiais.
Art. 66. Nos casos em que for exigida certificação, deverá ser assegurado que:
I - existe relação e rastreabilidade garantida entre o certificado e a remessa, o
lote, o item ou a partida;
II - as informações constantes do certificado são exatas e verdadeiras; e
III - os requisitos específicos relativos à certificação foram atendidos.
Seção X
Dos Cadastros e Dos Registros
Art. 67. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, na forma por ele definida, promoverá a articulação, a coordenação
e a gestão de banco de dados, interligando as três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária para o registro e cadastro único, com base em
identificação uniforme.
Art. 68. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá os procedimentos a serem observados para o cadastro de
estabelecimentos ou organizações.
§ 1º O cadastro é obrigatório e será efetuado pelos serviços oficiais da esfera
competente do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, na forma definida
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 2º O cadastro conterá identificação individual única no Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária, que identificará o interessado em todos os processos
de seu interesse.
§ 3º Sempre que existirem cadastros oficiais previstos para outros fins, serão
utilizadas, preferencialmente, suas informações e bases de dados para subsidiar o
cadastro único, e as informações do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária, para o efeito normalizado neste Regulamento.
§ 4º As autoridades competentes, nas três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária, manterão atualizado o cadastro de estabelecimentos e
produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive alimentos para animais,
e produtos de origem animal e vegetal, sejam pessoas físicas ou jurídicas, empresas,
prestadores de serviços ou organizações.
Art. 69. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá os procedimentos a serem observados para o registro de
estabelecimentos, organizações ou produtos nas formas previstas neste Regulamento.
§ 1º A concessão do registro pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária envolverá fiscalização e auditoria oficial, com o objetivo de verificar
se as exigências legais e os requisitos deste Regulamento foram atendidos.
§ 2º O registro será utilizado exclusivamente para a finalidade para a qual foi
concedido, sendo proibida a sua transferência ou utilização em outras unidades ou em
outros estabelecimentos.
§ 3º O estabelecimento registrado fica obrigado a adquirir apenas material que esteja
em conformidade com as exigências da legislação vigente.
§ 4º O estabelecimento registrado fica obrigado a cooperar e a garantir o acesso às
instalações de pessoas habilitadas para realização de inspeção, fiscalização,
auditoria, colheita de amostras e verificação de documentos.
Seção XI
Do Credenciamento de Prestadores de Serviços Técnicos e Operacionais
Art. 70. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá procedimentos a serem observados no credenciamento de
empresas ou organizações interessadas na prestação de serviços técnicos ou
operacionais, conforme legislação pertinente.
§ 1º Sempre que receber pedido de credenciamento, a autoridade competente efetuará
visita ao local e emitirá laudo de vistoria e relatórios pertinentes na forma
regulamentada.
§ 2º A autoridade competente credenciará o prestador de serviço, desde que esteja
demonstrado o cumprimento dos requisitos pertinentes da legislação sanitária
agropecuária e das demais exigências legais.
§ 3º Cabe à autoridade competente avaliar se o prestador de serviço atende aos
requisitos de procedimentos, pessoal, infra-estrutura, equipamentos, conhecimento técnico
e outras exigências legais, na forma definida neste Regulamento e na legislação
sanitária e fitossanitária específica.
Art. 71. A autoridade competente, na forma definida pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, auditará e fiscalizará, a
seu critério, as atividades do prestador de serviço.
§ 1º Caso detecte deficiências ou inconformidades, a autoridade competente adotará
medidas corretivas previstas em norma específica, podendo, a seu critério, suspender a
prestação dos serviços credenciados até a correção das deficiências, em prazo
definido.
§ 2º Decorrido o prazo definido no § 1º e mantidas as deficiências e
inconformidades, será iniciado processo de descredenciamento da empresa ou organização,
assegurando o direito de defesa, sem prejuízo da aplicação das penalidades definidas na
legislação pertinente.
§ 3º Na reincidência de inconformidades ou deficiências e nos casos de
constatação de inconformidades e deficiências consideradas graves, na forma definida em
norma específica, a autoridade competente suspenderá o credenciamento imediatamente e
iniciará processo de descredenciamento.
Art. 72. As autoridades competentes manterão cadastros atualizados, preferencialmente
em meio eletrônico, dos prestadores de serviço credenciados, disponibilizando-os a todas
as Instâncias do Sistema Unificado de Atenção Sanitária Agropecuária e ao público em
geral, no que couber.
Art. 73. Ao prestador de serviço credenciado competirá:
I - atender aos critérios, diretrizes, parâmetros e especificações de serviços,
materiais e produtos, instalações físicas, componentes de equipamentos e modalidades de
aplicação dos tratamentos e procedimentos, e medidas de segurança, conforme normas
específicas;
II - colocar à disposição da fiscalização sanitária agropecuária, das três
Instâncias, sempre que solicitada, documentação que comprove o credenciamento, a
relação de produtos e equipamentos utilizados, e o histórico das atividades e dos
serviços realizados;
III - assegurar o acesso às suas instalações, para que a autoridade competente
efetue visita ao local e emita laudo de vistoria e relatórios pertinentes, na forma
regulamentada, quando da solicitação de credenciamento ou a qualquer tempo;
IV - comunicar à Instância correspondente quaisquer alterações das informações
apresentadas em seu credenciamento, as quais serão submetidas à análise para
aprovação e autorização;
V - manter os registros e controles dos processos e serviços prestados e realizados,
por um período mínimo de cinco anos; e
VI - garantir supervisão por responsável técnico, observando legislação sanitária
agropecuária vigente.
Art. 74. Norma específica editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, definirá os processos de
credenciamento, os serviços cujos credenciamentos serão obrigatoriamente homologados e
as regras específicas para a homologação, observando legislação setorial.
Seção XII
Da Habilitação de Profissionais e Reconhecimentos
Art. 75. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária poderão habilitar profissionais para prestar serviços e emitir documentos,
conforme a legislação vigente, na forma definida pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 1º Caberá às respectivas Instâncias promover e fiscalizar a execução das
atividades do profissional habilitado.
§ 2º A emissão de documentos e prestação de serviços por profissionais privados
habilitados será permitida em casos especiais regulamentados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, observando as
demais legislações específicas.
Seção XIII
Do Atendimento aos Compromissos Internacionais
Art. 76. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária são responsáveis pelo atendimento aos compromissos e obrigações
decorrentes de acordos internacionais firmados pela União, relativos às atividades de
sanidade agropecuária.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, coordenará e acompanhará a implementação de decisões relativas ao
interesse do setor agropecuário nacional, de organismos internacionais e de acordos com
governos estrangeiros.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, sem prejuízo dos seus direitos e obrigações nos foros internacionais,
deverá:
I - contribuir para a formulação consistente de normas técnicas internacionais
relativas aos produtos agropecuários e alimentos para animais, e de normas sanitárias e
fitossanitárias;
II - promover a coordenação dos trabalhos sobre normas propostas por organizações
internacionais relativas à defesa agropecuária, quando justificada;
III - contribuir, sempre que relevante e adequado, para a elaboração de acordos sobre
o reconhecimento da equivalência de medidas específicas relacionadas com os produtos de
origem animal e vegetal, e os alimentos para animais;
IV - prestar especial atenção às necessidades específicas de desenvolvimento e às
necessidades financeiras e comerciais das unidades da Federação, com vistas a garantir
que as normas internacionais não criem obstáculos às suas exportações; e
V - promover a coerência entre as normas técnicas internacionais e a legislação de
atenção à sanidade agropecuária, assegurando simultaneamente que o nível de
proteção não seja reduzido.
Seção XIV
Da Formação de Pessoal
Art. 77. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária serão responsáveis pela capacitação do seu corpo de profissionais.
§ 1º Os eventos de capacitação serão utilizados para desenvolver abordagem
harmônica dos controles oficiais, nas três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção
à Sanidade Agropecuária.
§ 2º O programa de capacitação e treinamento abordará, entre outros, os seguintes
temas:
I - legislações nacional e internacional relativas à sanidade agropecuária;
II - métodos e técnicas de controle, a exemplo da auditoria de sistemas concebidos
pelos operadores, para dar cumprimento à legislação sanitária agropecuária;
III - métodos e técnicas de produção e comercialização de insumos, inclusive de
alimentos para animais, e de produtos de origem animal e vegetal;
IV - meios, métodos e técnicas pedagógicas e de comunicação, para execução das
atividades dos educadores sanitaristas com os componentes da cadeia produtiva e da
sociedade em geral; e
V - outras ações específicas de competência de cada instância, a serem definidas
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 3º Os eventos de capacitação podem ser abertos a participantes de outros países.
Art. 78. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, proporá a política de capacitação, ouvidas as Instâncias
Intermediárias e Locais.
Art. 79. A autoridade competente das três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária garantirá que todo o seu pessoal encarregado dos
controles oficiais:
I - tenha formação profissional exigida para as atividades de sanidade agropecuária;
II - receba, na respectiva esfera de atuação, capacitação e mandatos adequados para
exercer as suas funções com competência, independência e isenção;
III - mantenha-se atualizado na sua esfera de competência e, se necessário, receba
regularmente formação suplementar; e
IV - esteja apto a trabalhar em cooperação multidisciplinar.
CAPÍTULO IV
DA METODOLOGIA E DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Seção I
Da Análise de Risco
Art. 80. A análise de risco será o método básico utilizado na definição dos
procedimentos de atenção à sanidade agropecuária.
§ 1º As análises de risco serão elaboradas utilizando as referências e os
conceitos harmonizados internacionalmente e aprovadas em acordos firmados pelo Brasil.
§ 2º Para alcançar o objetivo geral de elevado nível de proteção à saúde animal
e à sanidade vegetal, a garantia da inocuidade dos produtos de origem animal e vegetal,
as medidas sanitárias e fitossanitárias serão baseadas em análise de risco, exceto
quando não for adequado às circunstâncias ou à natureza da medida.
§ 3º Nas análises de risco, serão levadas em consideração as informações
científicas disponíveis, os processos e métodos de produção pertinentes, os métodos
para testes, amostragem e inspeção pertinentes, a prevalência de pragas ou doenças
específicas, a existência de áreas e locais livres de pragas ou doenças, as
condições ambientais e ecológicas e os regimes de quarentena.
§ 4º A determinação da medida a ser aplicada para alcançar o nível adequado de
proteção sanitária e fitossanitária, para determinado risco, deverá considerar o dano
potencial à saúde animal e à sanidade vegetal, as perdas econômicas no caso do
ingresso, estabelecimento e disseminação de uma praga ou doença, os custos de controle
e erradicação no território, e a relação custo e benefício de enfoques alternativos
para limitar os riscos.
Art. 81. As autoridades competentes das três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária deverão estabelecer procedimentos para
identificação de riscos, nas áreas de sua competência.
Art. 82. Sempre que uma autoridade suspeitar que existe risco sanitário ou
fitossanitário, solicitará informações adicionais às outras Instâncias do Sistema
Unificado de Atenção Agropecuária, que deverão transmitir com urgência todas as
informações pertinentes de que disponham.
Art. 83. As medidas corretivas necessárias para determinar nível adequado de
proteção sanitária e fitossanitária para um local, Município, região ou Estado, para
um risco identificado, serão compatíveis com o objetivo de reduzir ao mínimo os efeitos
negativos para o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e para o
comércio entre as áreas e localidades envolvidas.
§ 1º Nos casos em que a evidência científica for insuficiente para as análises de
risco, a critério da autoridade competente poderão ser adotadas, provisoriamente,
medidas sanitárias ou fitossanitárias de proteção, com base em outras informações
disponíveis, incluindo as oriundas de organizações internacionais de referência e
também de medidas sanitárias e fitossanitárias aplicadas por outros países.
§ 2º Serão realizadas análises de risco para autorização de importação de
animais, vegetais e produtos, sempre que a condição sanitária ou fitossanitária do
país de origem, ou de seus países vizinhos, assim determinar, ou em caso de
descumprimento das condições sanitárias ou fitossanitárias estabelecidas.
§ 3º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, analisará as regiões brasileiras, formulará diagnósticos e proporá linhas
de ação como estratégia para o desenvolvimento do agronegócio local, regional ou
nacional, com base nos estudos de análise de risco.
Seção II
Da Análise de Perigo e Ponto Crítico de Controle
Art. 84. Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal observarão os princípios
do sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC, conforme normas
específicas.
§ 1º Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de origem
animal e vegetal, conforme normas específicas, devem:
I - fornecer à autoridade competente as provas da observância do requisito
estabelecido, sob a forma por ela exigida, considerando a natureza e a dimensão de sua
atividade;
II - assegurar que todos os documentos que descrevem os processos desenvolvidos estejam
sempre atualizados; e
III - conservar quaisquer outros documentos e registros, durante o período definido
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e
Superior.
§ 2º Serão definidas condições especiais para pequenos produtores de animais e
vegetais, estabelecendo a utilização de processos citados nas diretrizes, para
aplicação dos princípios do APPCC ou dos sistemas equivalentes.
§ 3º As condições devem especificar o período em que os produtores de animais e
vegetais deverão conservar documentos e registros.
§ 4º Serão reconhecidos no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária,
em atos específicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, ações, programas e projetos implantados com o objetivo de
valorizar as atividades de controle relacionadas com o sistema APPCC.
CAPÍTULO V
DAS NORMAS COMPLEMENTARES DA DEFESA AGROPECUÁRIA
Seção I
Do Compromisso com o Consumidor e com o Produtor
Art. 85. As normas complementares nacionais e estaduais de defesa agropecuária serão
elaboradas com base nas diretrizes deste Regulamento, buscando proteger os interesses dos
consumidores, da produção agropecuária e dos produtores, no que se refere à qualidade
de matérias-primas, aos insumos, à proteção contra fraudes, às adulterações de
produtos e práticas que possam induzir o consumidor a erro, contemplando a garantia da
sanidade de animais e vegetais e a inocuidade de produtos de origem animal e vegetal.
Parágrafo único. Nas normas complementares referidas no caput, serão definidas e
enfatizadas as responsabilidades do produtor em colocar no mercado produtos e serviços
seguros, o autocontrole da produção e os pontos críticos de controle de cada processo
aprovado.
Seção II
Da Elaboração de Normas Complementares de Boas Práticas
Art. 86. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária elaborarão normas complementares de boas práticas para a sanidade
agropecuária, incluindo procedimentos-padrão de higiene operacional para viabilizar a
aplicação dos princípios de análise de risco de pragas e doenças, e análise de
perigos e pontos críticos de controle, em conformidade com este Regulamento.
§ 1º O Conselho Nacional de Política Agrícola aprovará as normas complementares
nacionais e estaduais, e determinará suas revisões periódicas.
§ 2º O objetivo da revisão é assegurar que as normas complementares continuem a ser
aplicadas objetivamente e incorporem os desenvolvimentos científicos e tecnológicos.
§ 3º Os títulos e as referências das normas complementares nacionais serão
publicados e divulgados em todo o território nacional
§ 4º As normas complementares nacionais de boas práticas serão elaboradas por
cadeia produtiva, e com a participação dos produtores e demais agentes dessa cadeia,
considerando também as normas complementares de práticas pertinentes dos organismos
internacionais de referência.
Art. 87. As Instâncias Intermediárias poderão elaborar, a seu critério e observando
interesses específicos, as suas próprias normas complementares de boas práticas, as
quais serão enviadas para o conhecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, e das demais Instâncias
Intermediárias.
CAPÍTULO VI
DA OPERACIONALIZAÇÃO E DO CONTROLE
Seção I
Do Controle Laboratorial
Art. 88. Os métodos de análise devem obedecer aos seguintes critérios:
I - exatidão;
II - aplicabilidade (matriz e gama de concentrações);
III - limite de detecção;
IV - limite de determinação;
V - precisão;
VI - recuperação;
VII - seletividade;
VIII - sensibilidade;
IX - linearidade;
X - incerteza das medições; e
XI - outros critérios que possam ser selecionados, consoante as necessidades.
§ 1º Os valores que caracterizam a precisão referida no inciso V devem ser obtidos a
partir de ensaio coletivo, conduzido de acordo com protocolos nacionalmente ou
internacionalmente reconhecidos e, quando tenham sido estabelecidos critérios de
desempenho para os métodos analíticos, a precisão será baseada em testes de
conformidade.
§ 2º Os resultados do ensaio coletivo serão publicados ou acessíveis sem
restrições.
§ 3º Os métodos de análise uniformemente aplicáveis a vários grupos de produtos
serão preferidos em relação aos métodos aplicáveis unicamente a produtos
específicos.
§ 4º Serão definidas normas e diretrizes especiais, buscando harmonização, para as
situações em que:
I - os métodos de análise só possam ser validados em laboratórios credenciados ou
de referência; e
II - os critérios de desempenho para os métodos analíticos forem baseados em testes
de conformidade.
Art. 89. Os métodos de análise adaptados nos termos deste Regulamento serão
formulados de acordo com as especificações e os métodos de análise preconizados
nacional ou internacionalmente.
Seção II
Das Amostras
Art. 90. Os métodos de amostragem e de análise utilizados nos controles oficiais
devem respeitar as normas brasileiras aplicáveis.
§ 1º Os métodos de análise serão validados em laboratório, observando regra
nacional ou protocolo internacionalmente recomendado.
§ 2º Na ausência de normas nacionais, ou de normas ou protocolos reconhecidos
internacionalmente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, aprovará normas ou instruções, definindo métodos
adequados para cumprir o objetivo pretendido.
§ 3º Os métodos de análise serão caracterizados pelos critérios definidos por
este Regulamento.
Art. 91. As autoridades competentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, regulamentarão os procedimentos de
contraprovas e estabelecerão procedimentos adequados para garantir o direito de os
produtores de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de
origem animal e vegetal, cujos produtos sejam sujeitos à amostragem e à análise,
solicitarem o parecer de outro perito credenciado, na forma regulamentada, sem prejuízo
da obrigação das autoridades competentes tomarem medidas rápidas, em caso de
emergência.
Parágrafo único. Não se aplicam os procedimentos de contraprova e parecer de outro
perito, quando se tratar de riscos associados a animais, vegetais e produtos
agropecuários perecíveis.
Art. 92. As amostras serão adequadamente coletadas, manuseadas, acondicionadas,
identificadas e transportadas, de forma a garantir a sua validade analítica.
Seção III
Dos Controles do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
Art. 93. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, realizará auditorias gerais e específicas nas demais Instâncias,
com o objetivo de avaliar a conformidade dos controles e atividades efetuados com base nos
planos nacionais de controle plurianuais.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, pode nomear peritos das Instâncias Intermediárias ou Locais, se necessário,
para executar ou apoiar as auditorias gerais e específicas nas demais Instâncias.
§ 2º As auditorias gerais e específicas serão organizadas em articulação e
cooperação com as autoridades competentes das Instâncias Intermediárias e Locais.
§ 3º As auditorias gerais serão efetuadas regularmente, com base nos planos de
controle plurianuais.
§ 4º A critério do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, poderão ser solicitadas, antes das auditorias gerais,
informações atualizadas dos controles sanitários agropecuários elaborados pelas
Instâncias Intermediárias e Locais.
Art. 94. As auditorias gerais serão complementadas por auditorias e inspeções
específicas em uma ou mais áreas determinadas.
§ 1º As auditorias e inspeções específicas destinam-se a:
I - avaliar a aplicação do plano nacional de controle plurianual, da legislação em
matéria de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de
origem animal e vegetal e da legislação em matéria de sanidade vegetal e saúde dos
animais, e podem incluir, se for o caso, inspeções no local dos serviços oficiais e das
instalações associadas à cadeia produtiva objeto da auditoria;
II - avaliar as condições de funcionamento e a organização dos trabalhos das
Instâncias Intermediárias e Locais;
III - identificar, avaliar e propor planos de contingência ou de emergência, para
problemas relevantes, críticos ou recorrentes nas Instâncias Intermediárias e Locais; e
IV - investigar situações de emergência, problemas emergentes, resolução de planos
de contingências ou aperfeiçoamentos adotados nas Instâncias Intermediárias e Locais.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, elaborará relatório sobre os resultados de cada auditoria de que participar.
§ 3º Os relatórios conterão, se for o caso, recomendações dirigidas às
Instâncias Intermediárias e Locais, para a melhoria do cumprimento da legislação em
matéria de defesa agropecuária.
§ 4º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, fornecerá à autoridade competente o projeto de relatório, para que a
Instância auditada formule, no prazo de trinta dias, parecer e observações.
§ 5º As manifestações das Instâncias Intermediárias e Locais farão parte do
relatório final, desde que sejam encaminhadas no prazo definido no § 4º
§ 6º Os relatórios serão divulgados observando a forma regulamentada pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 95. As Instâncias Intermediárias e Locais deverão:
I - participar das auditorias gerais e específicas, realizadas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior;
II - realizar suas próprias auditorias gerais e específicas;
III - adotar medidas corretivas, atendendo às recomendações resultantes das
auditorias;
IV - prestar toda a assistência necessária e fornecer toda a documentação e
qualquer outro apoio técnico solicitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior; e
V - garantir aos auditores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
como Instância Central e Superior, o acesso a todas as instalações ou partes de
instalações e às informações, incluindo sistemas de informação, relevantes para a
auditoria.
Art. 96. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como instância central e superior, avaliará, a qualquer tempo, a condição sanitária ou fitossanitária, ou a equivalência dos sistemas sanitários agropecuários, adotadas
pelas instâncias intermediárias e locais. (Redação dada pelo(a) Decreto 7.216/2010)
_______________________________________________ Redação(ões) Anterior(es)
Seção IV
Do Controle de Importação e Exportação
Art. 97. Os importadores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive
alimentos para animais, produtos de origem animal e vegetal e outros produtos que possam
constituir risco de introdução e disseminação de doenças e pragas, ficam obrigados a
observar os requisitos deste Regulamento e das normas definidas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 98. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, elaborará e atualizará lista de pragas e doenças, animais,
vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal e
vegetal, com base em análise de risco, as quais estarão sujeitas a controles oficiais
nos pontos de ingresso do território nacional, a critério das autoridades.
Art. 99. As autoridades competentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, realizarão controles oficiais para
verificar a conformidade com os aspectos da legislação em matéria de importação e
exportação, definidos neste Regulamento.
Art. 100. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, definirá, em normas específicas, por país, controles especiais
prévios à exportação para o Brasil de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos
para animais, e produtos de origem animal e vegetal, para verificar o atendimento dos
requisitos e demais exigências deste Regulamento.
§ 1º A aprovação será aplicável aos animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal originários de país, desde
que tenha acordo sanitário com o Brasil, e será concedida para um ou mais produtos.
§ 2º Sempre que tenha sido concedida a aprovação de que trata o § 1º, os
controles na importação dos animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para
animais, e produtos de origem animal e vegetal serão simplificados e expeditos em
conformidade com o risco associado e com as regras específicas definidas pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 3º Os controles prévios à exportação realizados no país de origem permanecem
eficazes, podendo, a critério da autoridade competente, ser solicitada a realização de
novos controles oficiais para certificar a sanidade, a fitossanidade e a qualidade dos
animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal
e vegetal importados.
§ 4º A aprovação referida no § 1º será concedida, desde que:
I - auditorias ou procedimentos oficiais, realizados com base em especificações
definidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, comprovem que os animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para
animais, e produtos de origem animal e vegetal, exportados para o Brasil, cumprem os
requisitos deste Regulamento ou requisitos equivalentes; e
II - controles efetuados no país de origem, antes da expedição, sejam considerados
suficientemente eficientes e eficazes para substituir ou reduzir os controles documentais,
de identidade e físicos previstos neste Regulamento.
§ 5º A aprovação identificará a autoridade competente do país de origem, sob cuja
responsabilidade os controles prévios à exportação são efetuados.
§ 6º A autoridade competente ou o organismo de controle especificado na aprovação
do país exportador são responsáveis pelos contatos com o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 7º A autoridade competente ou o organismo de controle do país exportador
assegurarão a certificação oficial de cada remessa controlada, antes da respectiva
entrada em território nacional.
§ 8º A aprovação especificará modelo para os certificados.
§ 9º Quando os controles oficiais das importações sujeitas ao procedimento referido
revelarem qualquer descumprimento deste Regulamento, as autoridades do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, ampliarão as
verificações e os controles, observando a gravidade do descumprimento, realizando novas
análises de riscos e notificando, de imediato, os países exportadores, segundo os
acordos sanitários agropecuários.
§ 10. Persistindo o descumprimento referido no § 9º, ou constatado que o
descumprimento coloca em risco os objetivos deste Regulamento, inclusive a sanidade
agropecuária, deixa de ser aplicável, imediatamente, o regime de controle simplificado
ou expedito.
Art. 101. No que se refere à exportação ou reexportação de animais, vegetais,
insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de origem animal e vegetal, deverão
ser observados os requisitos deste Regulamento e da legislação sanitária agropecuária
vigente, além das exigências legais dos países importadores.
Art. 102. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, estabelecerá normas específicas para a execução dos controles da
importação para:
I - animais e vegetais sem valor comercial, quando for utilizado meio de transporte
internacional;
II - isenções ou condições específicas aplicáveis a determinados procedimentos de
processamento, industrialização e imediata reexportação;
III - produtos de origem animal e vegetal, para abastecimento da tripulação e dos
passageiros de meios de transporte internacionais;
IV - insumos, inclusive alimentos para animais e produtos de origem animal e vegetal,
encomendados por via postal, pelo correio, por telefone ou pela rede mundial de
computadores, e entregues ao consumidor;
V - alimentos para animais e produtos de origem animal e vegetal, transportados por
passageiros e pela tripulação de meios de transporte internacionais;
VI - remessas de origem brasileira, que sejam devolvidas por países importadores; e
VII - documentos que devem acompanhar as remessas, quando tiverem sido recolhidas
amostras.
Art. 103. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, poderá, a qualquer tempo, avaliar a condição sanitária ou de
equivalência da legislação e dos sistemas sanitários agropecuários de países
exportadores e importadores, em relação à legislação de defesa agropecuária
brasileira.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, poderá nomear, a seu critério, peritos ou especialistas para tarefas
específicas e definidas no caput deste artigo.
§ 2º As avaliações incluirão, entre outras:
I - consistência e coerência da legislação de defesa agropecuária do país
exportador;
II - organização e funcionamento dos serviços oficiais, das autoridades competentes
do país exportador, suas competências e sua independência;
III - qualificação do pessoal e equipe para o desempenho dos controles oficiais;
IV - infra-estrutura disponível, incluindo laboratórios e instalações de
diagnóstico;
V - existência e funcionamento de procedimentos de controle;
VI - situação dos controles de saúde animal, zoonoses e no domínio fitossanitário,
e procedimentos de notificação de surtos, focos ou eventos de doenças de animais e
vegetais; e
VII - garantias que podem oferecer para o cumprimento dos requisitos nacionais ou para
a equivalência sanitária.
§ 3º A freqüência da avaliação sobre as condições sanitárias agropecuárias
vigentes nos países exportadores para o Brasil será determinada com base em:
I - análise de risco dos produtos exportados;
II - disposições da legislação brasileira;
III - volume e natureza das importações do país em questão;
IV - resultados das avaliações anteriores, efetuadas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior;
V - resultados dos controles na importação;
VI - informações recebidas de outros organismos;
VII - informações recebidas de organismos internacionalmente reconhecidos, como a
Organização Mundial de Saúde, o Codex Alimentarius, Convenção Internacional de
Proteção de Vegetais e a Organização Mundial de Saúde Animal;
VIII - detecção de doenças e pragas no país exportador;
IX - identificação de riscos associados a animais, vegetais e produtos agropecuários
perecíveis; e
X - necessidade de investigar situações de emergência num país exportador.
Art. 104. Quando forem identificados riscos associados a animais, vegetais e produtos
agropecuários perecíveis, na análise de risco, o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, como Instância Central e Superior, adotará, de imediato, medidas de
emergência nos termos deste Regulamento ou nas disposições de proteção à sanidade
agropecuária previstas na legislação pertinente.
Art. 105. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, elaborará relatório sobre os resultados de cada avaliação
efetuada, incluindo recomendações pertinentes.
Art. 106. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, poderá solicitar aos países exportadores informações sobre a
organização e a gestão dos sistemas de controle sanitário agropecuário.
§ 1º As informações referidas estarão relacionadas aos resultados dos controles do
país exportador.
§ 2º Se um país exportador não fornecer essas informações ou se essas
informações não forem corretas, o Brasil exigirá, unilateralmente e de imediato, a
aplicação dos controles plenos de importação, sem quaisquer concessões.
§ 3º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, estabelecerá a forma como as informações serão coletadas, preparadas,
organizadas e apresentadas, e as medidas de transição destinadas a dar tempo aos países
exportadores para preparar tais informações.
Art. 107. Os acordos de equivalência reconhecem que as medidas aplicadas no país
exportador oferecem garantias equivalentes às aplicadas no Brasil.
§ 1º Para a determinação de equivalência, serão avaliados:
I - natureza e conteúdo dos certificados que devem acompanhar os produtos;
II - requisitos específicos aplicáveis à exportação para o Brasil; e
III - resultados de auditorias.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, elaborará e manterá atualizadas listas de regiões ou estabelecimentos dos
quais são permitidas importações pelo Brasil, observando o sistema de equivalência.
§ 3º O reconhecimento de equivalência será revogado, de imediato e de forma
unilateral, sempre que deixem de ser cumpridas quaisquer das condições estabelecidas.
Art. 108. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, fica autorizado a executar ações conjuntas e apoiar os países
vizinhos, em matéria de sanidade dos animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para
animais, e produtos de origem animal e vegetal, a fim de desenvolver a capacidade
institucional necessária para cumprir as condições referidas neste Regulamento.
CAPÍTULO VII
DA COOPERAÇÃO E DA ASSISTÊNCIA
Art. 109. A pedido das autoridades competentes das Instâncias Locais e em
colaboração com elas, a Instância Intermediária prestará cooperação e assistência
às Instâncias Locais.
Art. 110. A pedido das autoridades competentes das Instâncias Intermediárias e em
colaboração com elas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, prestará cooperação e assistência às Instâncias
Intermediárias.
Parágrafo único. A cooperação e assistência do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, contemplará, em especial:
I - esclarecimentos sobre a legislação nacional de defesa agropecuária;
II - informações e dados disponíveis, em nível nacional, que possam ser úteis para
o controle nas Instâncias Intermediárias e Locais para garantir a universalidade, a
harmonização, a eqüidade e a efetividade dos controles e das ações de sanidade
agropecuária; e
III - suporte operacional necessário aos controles de responsabilidade das Instâncias
Intermediárias e Locais no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
Art. 111. A Instância Intermediária adotará medidas de assistência emergencial e
temporária, em caso de descumprimento, por parte das Instâncias Locais, de obrigações
estabelecidas na legislação sanitária agropecuária e neste Regulamento, que comprometa
os objetivos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
Art. 112. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, adotará medidas de assistência emergencial e temporária em caso de
descumprimento, por parte das Instâncias Intermediárias, de obrigações estabelecidas
neste Regulamento e na legislação sanitária agropecuária, que comprometam os objetivos
do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
§ 1º Sempre que a autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, identifique descumprimento, tomará
medidas que garantam que as Instâncias Intermediárias ou Locais possam resolver a
situação.
§ 2º Ao decidir pela assistência, em função da incapacidade operacional ou
temporal das Instâncias Intermediárias em cumprir o que estabelece o § 1º, a
autoridade competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como
Instância Central e Superior, levará em consideração os antecedentes e a natureza do
descumprimento.
§ 3º A ação de assistência referida no caput pode incluir uma ou mais das
seguintes medidas:
I - adoção de procedimentos sanitários ou de quaisquer outras medidas consideradas
necessárias para garantir a segurança dos animais, vegetais, insumos, inclusive
alimentos para animais, produtos de origem animal e vegetal, e das normas relativas à
saúde dos animais;
II - restrição ou proibição da colocação de produtos no mercado;
III - acompanhamento e, se necessária, determinação de recolhimento, retirada ou
destruição de produtos;
IV - autorização de utilização de insumos, inclusive alimentos para animais,
produtos de origem animal e vegetal, para fins diferentes daqueles a que inicialmente se
destinavam;
V - suspensão do funcionamento ou encerramento da totalidade ou de parte das
atividades de produção ou de empresas;
VI - suspensão ou cancelamento do credenciamento concedido; e
VII - quaisquer outras medidas consideradas adequadas pela autoridade competente do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
§ 4º O ônus decorrente das ações estabelecidas no § 3º será de responsabilidade
dos produtores de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos
de origem animal e vegetal, cabendo recurso, na forma regulamentada pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior.
Art. 113. As sanções às infrações relacionadas com a sanidade agropecuária serão
aplicadas na forma definida em legislação específica, nas esferas federal, estadual e
municipal.
Art. 114. Todos os procedimentos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária deverão ser documentados.
Art. 115. No caso de descumprimento das normas de sanidade agropecuária, os produtores
de animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, produtos de origem animal
e vegetal, serão formalmente notificados pela autoridade competente.
Seção I
Dos Controles de Crises
Art. 116. O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária disporá de Manual
de Procedimentos de Gestão de Crises e de Grupos Especiais de Ação Emergencial para
Sanidade Agropecuária, que observarão normas específicas definidas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Art. 117. Para a implementação das orientações contidas no Manual de Procedimentos
de Gestão de Crises, as três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária elaborarão, de forma proativa, planos de contingência e de emergência que
definam as medidas aplicáveis imediatamente, sempre que se verifique risco para a
sanidade agropecuária, quer diretamente, quer por intermédio do ambiente.
§ 1º Os planos de contingência e de emergência especificarão as autoridades
administrativas que devem intervir, os respectivos poderes e responsabilidades, os canais
e os procedimentos para a troca de informações entre os diferentes intervenientes.
§ 2º As Instâncias Intermediárias, em suas áreas de abrangência, revisarão e
adequarão os planos de contingência e de emergência às suas condições específicas.
Art. 118. As Instâncias Intermediárias prestarão assistência mútua, mediante
pedido ou por iniciativa própria, sempre que os resultados dos controles oficiais
impliquem adoção de medidas emergenciais em mais de uma Instância Intermediária.
Parágrafo único. A assistência mútua das Instâncias Intermediárias pode incluir,
se for o caso, a participação em controles no local, efetuados pela autoridade
competente de outras Instâncias Intermediárias.
Art. 119. Sempre que uma autoridade competente das três Instâncias tome conhecimento
de caso de descumprimento e esse caso possa ter implicações para o Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária para outra Instância Intermediária, transmitirá
imediatamente essas informações ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, como Instância Central e Superior, e à outra Instância Intermediária,
sem necessidade de pedido prévio.
§ 1º As Instâncias que receberem as referidas informações procederão a
investigações e informarão à Instância que as prestou os resultados das
investigações e, se for caso, as medidas adotadas, em especial a aplicação de
assistência, sem pedido prévio.
§ 2º Se as autoridades competentes das Instâncias envolvidas tiverem motivos para
supor que essas medidas não são adequadas, devem procurar, em conjunto, as formas e os
meios de solucionar o descumprimento.
§ 3º As Instâncias Intermediárias informarão ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, se não conseguirem chegar
a um acordo sobre as medidas adequadas e se a não-conformidade afetar o Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuária como um todo.
§ 4º Constatada que a não-conformidade pode afetar a sanidade agropecuária em
âmbito regional ou nacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
como Instância Central e Superior, realizará assistência, sem pedido prévio, na área
identificada.
Art. 120. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, suspenderá a aplicação de medidas sanitárias ou fitossanitárias
injustificadas, ou contrárias à legislação de sanidade agropecuária, entre
instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, adotando medidas
pertinentes.
CAPÍTULO VIII
DO PLANEJAMENTO
Art. 121. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, institucionalizará Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade
Agropecuária, estratégicos e executivos, articulados entre as três Instâncias do
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, os quais serão:
I - elaborados de cinco em cinco anos, com a participação dos segmentos sociais e dos
governos envolvidos, com atualizações anuais;
II - referências para a elaboração do Plano Plurianual do Governo Federal, planos
equivalentes dos Governos estaduais e do Distrito Federal e dos Municípios, e seus
respectivos programas de ação; e
III - organizados e executados em função dos perigos identificados e relacionados com
animais, vegetais, insumos, inclusive alimentos para animais, e produtos de origem animal
e vegetal.
§ 1º Os Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária definirão as
metas, as responsabilidades respectivas de cada Instância, os recursos necessários,
inclusive contrapartidas financeiras, e fontes de financiamento.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento definirá a forma de
aplicação dos recursos da União, observando a legislação pertinente.
§ 3º As três Instâncias assumem a responsabilidade pela aplicação dos recursos e
total observância dos Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária,
acordados conjuntamente.
Art. 122. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior, estabelecerá calendário de elaboração e atualização dos Planos
Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária, de forma a subsidiar a elaboração do
Plano Plurianual do Governo Federal.
§ 1º O Plano Plurianual de Atenção à Sanidade Agropecuária deve conter
informações gerais sobre:
I - objetivos estratégicos do plano e a forma como estes se refletem na atribuição
de prioridades e de recursos;
II - categoria ou classificação de riscos das atividades;
III - designação das autoridades competentes e respectivas funções, nos diversos
níveis de atuação, e os recursos de que dispõem;
IV - organização e gestão dos controles oficiais, incluindo controles oficiais nos
diferentes estabelecimentos;
V - sistemas de controle aplicados e coordenação entre as autoridades competentes,
responsáveis pelos controles oficiais;
VI - eventual delegação de tarefas;
VII - métodos para assegurar o respeito aos critérios operacionais;
VIII - formação do pessoal encarregado dos controles oficiais;
IX - procedimentos documentados;
X - organização e funcionamento de planos de contingência e de emergência, em caso
de doenças e pragas de impacto, e de outros riscos;
XI - organização da cooperação e da assistência mútua;
XII - mecanismos de articulação institucional; e
XIII - órgãos colegiados e de cooperação e assistência, a exemplo da extensão
rural.
§ 2º Os Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária podem ser alterados
durante a sua aplicação.
§ 3º As alterações serão efetuadas levando em consideração, entre outros:
I - aparecimento de novas doenças ou pragas de impacto, ou de outros riscos;
II - nova legislação e ajustes definidos pela Instância Central e Superior;
III - alterações significativas na estrutura, na gestão ou no funcionamento das
autoridades competentes;
IV - resultados dos controles oficiais efetuados no Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária;
V - descobertas científicas;
VI - sugestões de consultorias técnicas realizadas pelas três Instâncias ou de
missões técnicas internacionais; e
VII - resultado das auditorias efetuadas pela Instância Central e Superior.
§ 4º Os Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária contemplarão:
I - abordagem coerente, global e integrada da legislação;
II - prioridades em função de riscos;
III - critérios para categoria ou classificação de riscos das atividades;
IV - procedimentos de controle e correção;
V - compromissos internacionais, multilaterais ou bilaterais, relativos à sanidade
agropecuária;
VI - indicadores nas fases da cadeia produtiva que fornecerão as informações
representativas do cumprimento da legislação sanitária agropecuária;
VII - sistemas de boas práticas, em todas as etapas das cadeias produtivas;
VIII - sistemas de controle da rastreabilidade;
IX - sistemas de avaliação de desempenho e dos resultados das ações de controle,
com indicadores de desempenho;
X - normas e recomendações dos organismos internacionais de referência;
XI - critérios para realização das auditorias; e
XII - estrutura dos relatórios anuais e informações que neles devem ser incluídas.
Art. 123. Após o primeiro ano do início da execução dos Planos Plurianuais de
Atenção à Sanidade Agropecuária e, posteriormente, a cada ano, serão preparados e
publicados relatórios indicativos da evolução dos trabalhos pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, com as
seguintes indicações:
I - alterações propostas ou introduzidas nos Planos Plurianuais de Atenção à
Sanidade Agropecuária;
II - resultados dos controles e das auditorias realizados no ano anterior, conforme
disposições dos Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária;
III - tipo e número de casos de descumprimento identificados, e localização
geográfica dos principais eventos, preferencialmente utilizando mapas eletrônicos; e
IV - recomendações para o aperfeiçoamento da execução das atividades previstas nos
Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária subseqüentes.
Art. 124. O relatório deverá ser submetido ao Conselho Nacional de Política
Agrícola, que o encaminhará, com suas recomendações, ao Ministro de Estado da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que o divulgará ao público em geral.
CAPÍTULO IX
DOS RECURSOS E DO FINANCIAMENTO
Art. 125. É responsabilidade das três Instâncias garantir os recursos necessários
para as atividades do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, em suas
respectivas jurisdições, observando a legislação pertinente.
§ 1º As Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária podem
cobrar taxas ou encargos, conforme suas respectivas legislações pertinentes, para cobrir
as despesas ocasionadas pelos controles oficiais, vedada a duplicidade de cobrança pelos
serviços prestados.
§ 2º Sempre que efetue simultaneamente vários controles oficiais no mesmo
estabelecimento, a autoridade competente deve considerá-los como uma única atividade e
cobrar uma única taxa.
§ 3º No ato do recolhimento de qualquer taxa relativa ao Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária, será, obrigatoriamente, emitido um comprovante do
pagamento, na forma regulamentada.
Art. 126. As Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
podem fixar, com base em legislação própria, taxas diferenciadas para os serviços que
prestam ou isentá-las em situações específicas.
Art. 127. As Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
devem tornar pública a tabela de taxas cobradas por serviços ou atividades.
Art. 128. As Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
podem cobrar as despesas decorrentes de controles adicionais, sempre que a detecção de
uma não-conformidade dê origem a controles oficiais ou medidas corretivas que excedam as
atividades normais da autoridade competente, observando legislação pertinente.
Parágrafo único. As atividades que excedem as atividades normais de controle incluem
medidas corretivas e outros controles adicionais, para verificar a dimensão e a solução
do problema.
Art. 129. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, poderá suspender repasses de recursos para as Instâncias Intermediárias e Locais nos seguintes casos:
I - descumprimento deste Regulamento e das demais normas específicas de sanidade agropecuária;
II - descumprimento das atividades e metas previstas nos Planos Plurianuais de Atenção à Sanidade Agropecuária, e em projetos específicos, quando não acatadas as justificativas apresentadas pela autoridade das Instâncias Intermediárias ou Local responsável;
III - falta de comprovação da contrapartida de recursos correspondente;
IV - emprego irregular dos recursos financeiros transferidos;
V - falta de comprovação da regularidade e oportunidade da alimentação e retroalimentação dos sistemas de informação epidemiológica; e
VI - falta de atendimento tempestivo a solicitações formais de informações.
Parágrafo único. Após análise das justificativas apresentadas pelas Instâncias Intermediárias e Locais que motivaram a suspensão dos repasses, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior, com base em parecer técnico fundamentado, poderá restabelecer o repasse dos recursos financeiros, providenciar assistência sem pedido, manter a suspensão do repasse de recursos, ou sustar o reconhecimento da instância inadimplente.
Art. 129-A. Para efeito do disposto no art. 26 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, as atividades a que se refere o § 3o do art. 1o deste Regulamento, quando voltadas à fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano, bem como de insumos, produtos e substâncias que integrem sua cadeia produtiva, constituem ações sociais voltadas à proteção da saúde e da segurança alimentar." (NR) (Acrencentado pelo Decreto Nº 8.613/2015)
CAPÍTULO X
DA INSPEÇÃO DE PRODUTOS E INSUMOS AGROPECUÁRIOS
Art. 130. Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e com
o objetivo de inspecionar e fiscalizar os produtos de origem animal e vegetal e os insumos
agropecuários, ficam constituídos os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários, na seguinte forma:
I - Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal;
II - Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal; e
III - Sistemas Brasileiros de Inspeção de Insumos Agropecuários.
§ 1º Os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
desenvolverão atividades de:
I - auditoria, fiscalização, inspeção, certificação e classificação de produtos
de origem vegetal, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;
II - auditoria, fiscalização, inspeção, certificação e classificação de
produtos de origem animal, seus derivados, subprodutos, e resíduos de valor econômico; e
III - auditoria, fiscalização, inspeção e certificação dos insumos e dos
serviços usados nas atividades agropecuárias.
§ 2º As atividades dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários serão executadas conforme a legislação vigente de defesa agropecuária e
os compromissos internacionais firmados pela União.
§ 3º As auditorias, inspeções e fiscalizações serão efetuadas sem aviso prévio,
exceto em casos específicos em que seja obrigatória a notificação prévia do
responsável pela produção.
§ 4º As auditorias, inspeções e fiscalizações serão efetuadas em qualquer fase
da produção, da transformação, do armazenamento e da distribuição.
§ 5º Excetuam-se das auditorias, inspeções e fiscalizações previstas no § 4º as
relacionadas com alimentos, bebidas e água para o consumo humano, que estão a cargo das
instituições de vigilância sanitária integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS.
§ 6º Na inspeção, a critério da autoridade competente, poderá ser adotado o
método de análise de riscos e pontos críticos de controle.
§ 7º As auditorias, inspeções e fiscalizações abrangem todos os produtos de
origem animal e vegetal e insumos agropecuários importados ou produzidos em território
nacional, destinados ou não às exportações.
§ 8º A critério das autoridades competentes, as inspeções poderão ser realizadas
de forma permanente, nas próprias instalações industriais ou agroindustriais.
Art. 131. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento coordenará os
Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários.
§ 1º Os Estados e o Distrito Federal, por adesão, poderão integrar os Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários.
§ 2º Os Municípios, por adesão, poderão integrar o Sistema Brasileiro de
Inspeção de Produtos de Origem Animal e o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos
de Origem Vegetal.
§ 3º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá, no
prazo de cento e vinte dias da publicação deste Regulamento, os requisitos e demais
procedimentos necessários para a adesão aos Sistemas Brasileiro de Inspeção de
Produtos e Insumos Agropecuários. (Redação dada pelo(a) Decreto 5.830/2006)
_______________________________________________ Redação(ões) Anterior(es)
§ 4º Para aderir aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários, as unidades da Federação deverão adequar seus processos e procedimentos
de inspeção e fiscalização.
Art. 132. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que ainda não tenham aderido
ou decidirem pela não-adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários terão suas inspeções e fiscalizações de produtos de origem
animal e vegetal, e insumos agropecuários, reconhecidas apenas no âmbito de sua
jurisdição.
§ 1º Desde que haja solicitação formal, a União poderá cooperar tecnicamente com
os Estados e com o Distrito Federal, da mesma forma que os Estados poderão cooperar com
os Municípios.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizará auditorias
anualmente nos serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
e dos Municípios.
§ 3º Os Estados realizarão auditorias anuais nos Municípios em sua jurisdição.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de
Produtos e Insumos Agropecuários assegurarão:
I - eficácia e adequação das inspeções e fiscalizações, em todas as fases das
cadeias produtivas;
II - que o pessoal técnico e auxiliar que efetua as inspeções e fiscalizações seja
contratado por concurso público;
III - que o pessoal técnico e auxiliar que efetua as inspeções e fiscalizações
não tenha quaisquer conflitos de interesses;
IV - existência ou acesso a laboratórios oficiais ou credenciados, com capacidade
adequada para realização de testes, com pessoal qualificado e experiente, em número
suficiente, de forma a realizar os controles oficiais com eficiência e eficácia;
V - existência de instalações e equipamentos adequados e sua manutenção, de forma
a garantir que o pessoal possa realizar as inspeções e fiscalizações com segurança e
efetividade;
VI - previsão dos poderes legais necessários para efetuar as inspeções e
fiscalizações, e adoção das medidas previstas neste Regulamento;
VII - realização de controles e ações de educação sanitária;
VIII - que nenhum estabelecimento industrial ou entreposto poderá funcionar no País,
sem que esteja previamente registrado no órgão competente, para a fiscalização da sua
atividade;
IX - ação efetiva de combate a atividades clandestinas; e
X - que os produtores rurais, industriais e fornecedores de insumos, distribuidores,
cooperativas, associações, industriais e agroindustriais, atacadistas e varejistas,
importadores, exportadores, empresários e quaisquer outros operadores ao longo da cadeia
de produção se submetam a qualquer inspeção ou fiscalização efetuada nos termos
deste Regulamento e apóiem o pessoal da autoridade competente no desempenho da sua
missão.
Parágrafo único. Para integrar os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários, os Estados e os Municípios ficam obrigados a seguir a
legislação federal ou dispor de regulamentos equivalentes para inspeção de produtos de
origem animal e vegetal, e de insumos, aprovados na forma definida por este Regulamento e
pelas normas específicas.
Art. 134. Os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
terão a responsabilidade de assegurar que os procedimentos e a organização da
inspeção de produtos de origem animal e vegetal, e dos insumos agropecuários, se façam
por métodos universalizados e aplicados eqüitativamente em todos os estabelecimentos
inspecionados.
Art. 135. Auditorias e avaliações técnicas serão realizadas para organizar,
estruturar e sistematizar adequadamente as ações de inspeção e fiscalização no
território nacional e para buscar o aperfeiçoamento dos Sistemas Brasileiros de
Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, sendo observados os seguintes
procedimentos:
I - os serviços públicos de inspeção dos Estados e do Distrito Federal serão
avaliados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e
II - os serviços públicos de inspeção dos Municípios serão avaliados pelos
Estados, observando sua área de atuação geográfica.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deverá orientar os
serviços públicos de inspeção dos Estados, do Distrito Federal e do Município para o
cumprimento dos dispositivos legais estabelecidos neste Regulamento.
§ 2º Eventuais medidas de correção adotadas serão comunicadas às organizações
representativas da sociedade, da região ou setores afetados.
Art. 136. As atividades dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários que cabem aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios serão
exercidas por instituições públicas e reconhecidas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Art. 137. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios designarão servidores
públicos para integrar as equipes para as funções de autoridades responsáveis pelas
inspeções e fiscalizações previstas neste Regulamento.
Art. 138. A autoridade competente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
pode delegar competências relacionadas com inspeção e fiscalização a uma ou mais
instituições públicas.
Art. 139. As autoridades competentes dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos
e Insumos Agropecuários garantirão a imparcialidade, a qualidade e a coerência dos
controles oficiais.
Art. 140. Sempre que as funções de controle oficial forem atribuídas a diferentes
instituições públicas, a autoridade competente que delegou as funções assegurará a
coordenação e a cooperação entre elas.
Art. 141. Serão criados mecanismos de inter-relacionamento entre os Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, instituições de ensino e
pesquisa, para a formação, capacitação e educação continuada dos profissionais
integrantes.
Seção I
Da Inspeção e da Fiscalização de Produtos de Origem Animal
Art. 142. A inspeção higiênico-sanitária, tecnológica e industrial dos produtos de
origem animal é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
§ 1º Fica estabelecida a obrigatoriedade prévia de fiscalização, sob o ponto de
vista industrial e sanitário, de todos os produtos de origem animal, comestíveis ou
não-comestíveis, sejam ou não adicionados de produtos vegetais.
§ 2º A inspeção abrange a inspeção ante e post mortem dos animais, recebimento,
manipulação, transformação, elaboração, preparo, conservação, acondicionamento,
embalagem, depósito, rotulagem, trânsito e consumo de quaisquer produtos, subprodutos e
resíduos de valor econômico, adicionados ou não de vegetais, destinados ou não à
alimentação humana.
Art. 143. Nenhum estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem animal
poderá funcionar no País, sem que esteja previamente registrado no órgão competente,
para fiscalização da sua atividade.
"Art. 143-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar normas específicas relativas às condições gerais de instalações, equipamentos e práticas operacionais de estabelecimento agroindustrial de pequeno porte, observados o disposto no art. 7º, os princípios básicos de higiene dos alimentos e a garantia da inocuidade dos produtos de origem animal.
Parágrafo único. Entende-se por estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de produtos de origem animal aquele que, cumulativamente:
I - pertence, de forma individual ou coletiva, a agricultores familiares ou equivalentes ou a produtores rurais;
II - é destinado exclusivamente ao processamento de produtos de origem animal;
III - dispõe de instalações para:
a) abate ou industrialização de animais produtores de carnes;
b) processamento de pescado ou seus derivados;
c) processamento de leite ou seus derivados;
d) processamento de ovos ou seus derivados; ou
e) processamento de produtos das abelhas ou seus derivados; e
IV - possui área útil construída não superior a duzentos e cinquenta metros quadrados." (NR)
_________________________ Alterado pelo Decreto 8471 de 22/06/2015 (Redações anteriores)
Art. 143-B. Fica instituído, no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Comitê Técnico Consultivo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Art. 143-C. Ao Comitê Técnico Consultivo do Sistema Brasileiro de Inspeção de
Produtos de Origem Animal compete: (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
I - avaliar periodicamente as diretrizes e as condições técnicas e operacionais do
Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal; (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
II - apreciar e propor modificações nas normas que regulamentam o Sistema Brasileiro
de Inspeção de Produtos de Origem Animal; e (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
III - emitir pareceres técnicos para subsidiar a tomada de decisões relacionadas às
regras e procedimentos do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Art. 143-D. O Comitê Técnico Consultivo do Sistema Brasileiro de Inspeção de
Produtos de Origem Animal será composto pelos seguintes membros: (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
I - dois representantes do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da
Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento; (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
II - dois representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário; (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
III - um representante da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
IV - representantes da sociedade civil, indicados, em ato próprio, pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
§ 1º Os membros do Comitê poderão indicar técnicos dos Serviços Oficiais de
Inspeção, bem como representantes de entidades afins para participar das reuniões. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
§ 2º A coordenação do Comitê caberá ao Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal, que deverá organizar duas reuniões ordinárias por ano. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
§ 3º Os membros do Comitê e seus respectivos suplentes serão indicados pelos
titulares dos órgãos que representam e designados pelo Secretário de Defesa
Agropecuária. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Seção II
Da Inspeção e Fiscalização de Produtos de Origem Vegetal
"Art. 144-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento definirá o estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de bebidas, que deverá pertencer, de forma individual ou coletiva, a agricultores familiares ou equivalentes ou a produtores rurais e dispor de instalações destinadas à produção de bebidas. Parágrafo único. A definição de que trata o caput deverá considerar a escala de produção e a área útil construída." (NR)
_________________________ Alterado pelo decreto 8471 de 22/06/2018 (Redação Anterior)
Art. 145. O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal tem por
objetivo assegurar a identidade, a qualidade, a conformidade, a idoneidade e a segurança
higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos de origem vegetal, seus subprodutos,
derivados e resíduos de valor econômico, por meio das ações de inspeção,
fiscalização e classificação de produtos, sistemas, ou cadeia produtiva, conforme o
caso.
Seção III
Da Inspeção e Fiscalização de Insumos Agropecuários
Art. 146. A inspeção e a fiscalização de insumos agropecuários são da
competência da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando as atribuições
definidas em lei específica.
Art. 147. Ficam instituídos o Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de
Insumos Agrícolas e o Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos
Pecuários, estruturados e organizados sob a coordenação do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, responsáveis pelas atividades de inspeção e fiscalização
de insumos agropecuários.
Art. 148. O Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos Agrícolas e o
Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos Pecuários têm por objetivo
assegurar a identidade, a qualidade, a conformidade, a idoneidade e a segurança
higiênicosanitária e tecnológica dos insumos agropecuários, por meio das ações de
inspeção, fiscalização e classificação de produtos, sistemas, processos ou cadeia
produtiva, conforme o caso.
Seção IV
Da Equivalência dos Serviços
Art. 149. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os Estados da
Federação, o Distrito Federal e os Municípios adotarão medidas necessárias para
garantir que inspeções e fiscalizações dos produtos de origem animal e vegetal, e dos
insumos, sejam efetuadas de maneira uniforme, harmônica e equivalente em todos os Estados
e Municípios.
Parágrafo único. Para fins deste Regulamento, considera-se equivalência de serviços
de inspeção o estado no qual as medidas de inspeção higiênico-sanitária e
tecnológica aplicadas por diferentes serviços de inspeção permitem alcançar os mesmos
objetivos de inspeção, fiscalização, inocuidade e qualidade dos produtos. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Art. 150. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cuidará que as
inspeções e fiscalizações sejam realizadas mediante regras e critérios de controles
predefinidos nos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários.
Art. 151. Os serviços públicos de inspeção vinculados aos Estados da Federação,
ao Distrito Federal e aos Municípios solicitarão ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento a verificação e o reconhecimento de sua equivalência para a
realização do comércio interestadual, na forma definida pelos procedimentos de adesão
aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários.
Parágrafo único. Após a análise e aprovação da documentação prevista, serão
realizadas auditorias documentais e operacionais nos serviços de inspeção estaduais,
distritais ou municipais, pelas autoridades competentes do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento para reconhecer a adesão ao Sistema.
Art. 152. Os serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
serão reconhecidos como equivalentes, para suas atividades e competências, desde que
sigam as normas e regulamentos federais e que atendam aos requisitos estabelecidos pelo
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e implantados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conservando suas características administrativas
originais.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios garantirão que todos os
produtos, independentemente de estarem destinados ao mercado local, regional ou nacional,
sejam inspecionados e fiscalizados com o mesmo rigor.
§ 2º As autoridades competentes nos destinos devem verificar o cumprimento da
legislação de produtos de origem animal e vegetal, por meio de controles
não-discriminatórios.
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem solicitar informações
técnicas específicas aos serviços oficiais que tenham procedido à entrega de
mercadorias provenientes de outros Estados, Distrito Federal ou Municípios.
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios que, nos termos da sua
legislação, aprovarem estabelecimentos situados no seu território, devem informar ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e aos demais Estados e Municípios.
Art. 153. São condições para o reconhecimento da equivalência e habilitação dos
serviços de inspeção de produtos nos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários:
I - formalização do pleito, com base nos requisitos e critérios definidos pelo
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária; (Redação dada pelo(a) Decreto 7.216/2010)
_______________________________________________ Redação(ões) Anterior(es)
II - apresentação de programa de trabalho de inspeção e fiscalização; e
III - comprovação de estrutura e equipe compatíveis com as atribuições.
§ 1º A solicitação de reconhecimento da equivalência dos serviços de inspeção
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios será analisada pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que realizará auditorias
técnico-administrativas. (Redação dada pelo(a) Decreto 7.216/2010)
_______________________________________________ Redação(ões) Anterior(es)
§ 2º O serviço de inspeção solicitante apresentará lista com os estabelecimentos
que servirão como base para aferição da eficiência e eficácia do Serviço de
Inspeção. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
§ 3º Os Serviços de Inspeção que obtiverem o reconhecimento de sua equivalência
terão autonomia na indicação de novos estabelecimentos para integrar o Sistema
Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
§ 4º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento terá prazo de sessenta
dias, a contar do protocolo do requerimento de reconhecimento de equivalência e
habilitação do serviço de inspeção devidamente instruído, para analisar a
documentação entregue, realizar as auditorias técnico-administrativas de que trata o
§1º e manifestar-se quanto ao deferimento do pedido. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.524/2011 )
§ 5º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá solicitar a
realização de diligências, o que ensejará a interrupção do prazo de que trata o
§4º, que será reaberto a partir do protocolo da documentação que comprove seu
atendimento. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto 7.216/2010)
Art. 154. Os serviços públicos de inspeção dos Sistemas Brasileiros de Inspeção
de Produtos e Insumos Agropecuários serão desabilitados, na comprovação dos seguintes
casos:
I - descumprimento das normas e das atividades e metas previstas e aprovadas no
programa de trabalho, que comprometam os objetivos do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária;
II - falta de alimentação e atualização do sistema de informação; e
III - falta de atendimento tempestivo a solicitações formais de informações.
Art. 155. Para cumprir os objetivos dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos
e Insumos Agropecuários, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
desenvolverá, de forma continuada, o planejamento e o plano de gestão dos programas,
ações, auditorias e demais atividades necessárias à inspeção animal, vegetal e de
insumos.
CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 156. As autoridades competentes das três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária e dos serviços públicos vinculados aos Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários assegurarão que as suas
atividades sejam realizadas com transparência, devendo, para esse efeito, facultar ao
público o acesso às informações relevantes que detenham, em especial as atividades de
controle.
Parágrafo único. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária e as autoridades responsáveis pelos serviços públicos vinculados aos
Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários disporão de
mecanismo para impedir que sejam reveladas informações confidenciais a que tenham tido
acesso na execução de controles oficiais e que, pela sua natureza, sejam abrangidas pelo
sigilo profissional.
Art. 157. Fica o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na forma da lei
e no âmbito de sua atuação, autorizado a celebrar convênios com entes públicos, para
apoiar, subsidiariamente, as ações no campo da defesa agropecuária.
D.O.U., 31/03/2006