MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA
PORTARIA Nº 213, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2013
O SECRETÁRIO DE POLÍTICA AGRÍCOLA, no uso de suas atribuições e competências
estabelecidas pela Portaria n° 933, de 17 de novembro de 2011, publicada no Diário
Oficial da União de 18 de novembro de 2011, e observado, no que couber, o contido nas
Instruções Normativas nº 2, de 9 de outubro de 2008, e nº 4, de 30 de março de 2009,
da Secretaria de Política Agrícola, publicadas, respectivamente, no Diário Oficial da
União de 13 de outubro de 2008 e de 31 de março de 2009, resolve:
Art. 1º Aprovar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura de feijão
2ª safra no Estado do Rio de Janeiro, anosafra 2013/2014, conforme anexo.
Art. 2º Esta Portaria tem vigência específica para o ano-safra definido no art. 1º
e entra em vigor na data de sua publicação.
NERI GELLER
ANEXO
1. NOTA TÉCNICA
Cultivado por pequenos e grandes produtores, em diversificados sistemas de produção e
em todas as regiões brasileiras, o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L) reveste-se de
grande importância econômica e social.
Pelas características de seu ciclo, é uma cultura apropriada para compor desde
sistemas agrícolas intensivos, altamente tecnificados, até aqueles com menor uso
tecnológico, principalmente de subsistência.
De acordo com dados do levantamento da CONAB de setembro de 2013, o Estado do Rio de
Janeiro deverá produzir 1,7 mil toneladas de feijão na 2ª safra 2013/2014.
A temperatura do ar pode ser considerada como o elemento climático de maior
influência sobre a porcentagem de vigamento de vagem. Temperaturas elevadas são
prejudiciais em qualquer estádio de desenvolvimento, em especial no período de
florescimento e frutificação, bem como temperaturas abaixo de 12ºC, no período da
floração, provocam abortamento de flores, concorrendo para decréscimo de produtividade.
O rendimento do feijoeiro é também afetado pela condição hídrica do solo, sendo
que a deficiência hídrica pode reduzir a produtividade em diferentes proporções, de
acordo com as diferentes fases do ciclo da cultura, principalmente nos períodos de
florescimento e início de formação das vagens.
O excesso de chuvas durante o período de colheita é altamente prejudicial à cultura,
podendo causar perda total.
Objetivou-se, com o zoneamento agrícola, identificar os municípios aptos e os
períodos de semeadura, para o cultivo do feijão 2ª safra no Estado, em condições de
baixo risco.
Essa identificação foi realizada a partir de análises térmicas e hídricas.
A análise hídrica baseou-se em um modelo de balanço hídrico da cultura,
considerando-se as seguintes variáveis: déficit hídrico, precipitação pluvial,
evapotranspiração potencial, ciclos e fases fonológicas das cultivares, coeficiente de
cultura (Kc) e capacidade de água disponível dos solos.
O balanço hídrico foi realizado para períodos decendiais de semeadura. Para cada
período, fase fenológica e local da estação pluviométrica foram estimados os valores
do índice de satisfação da necessidade de água (ISNA), expresso pela relação ETr/ETm
(evapotranspiração real/evapotranspiração máxima).
As cultivares foram classificadas em três grupos de características homogêneas:
Grupo I (n < 80 dias); Grupo II (80 dias < n < 95 dias); e
Grupo III (n > 95 dias), onde n expressa o número de dias da emergência à
maturação fisiológica.
Foram estabelecidos os seguintes critérios de risco:
- ISNA > 0,60 na fase de florescimento/enchimento de grãos;
- Temperatura média durante todo o ciclo igual ou superior a 10ºC;
- Risco inferior a 20% de ocorrência de temperatura máxima superior a 30°C.
Foram indicados os municípios que apresentaram, no mínimo, 20% de sua área,
condições climáticas dentro dos critérios estabelecidos em 80% dos anos avaliados.
2. TIPOS DE SOLOS APTOS AO CULTIVO
São aptos ao cultivo de feijão 2ª safra no Estado os solos dos tipos 1, 2 e 3,
observadas as especificações e recomendações contidas na Instrução
Normativa nº 2, de 9 de outubro de 2008.
Não são indicadas para o cultivo:
- áreas de preservação permanente, de acordo com a Lei 12.651, de 25
de maio de 2012;
- áreas com solos que apresentam profundidade inferior a 50 cm ou com solos muito
pedregosos, isto é, solos nos quais calhaus e matacões ocupem mais de 15% da massa e/ou
da superfície do terreno.
3. TABELA DE PERÍODOS DE SEMEADURA
Períodos |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
11 |
12 |
Datas |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
28 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
30 |
Meses |
Janeiro |
Fevereiro |
Março |
Abril |
Períodos |
13 |
14 |
15 |
16 |
17 |
18 |
19 |
20 |
21 |
22 |
23 |
24 |
Datas |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
30 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
Meses |
Maio |
Junho |
Julho |
Agosto |
Períodos |
25 |
26 |
27 |
28 |
29 |
30 |
31 |
32 |
33 |
34 |
35 |
36 |
Datas |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
30 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
30 |
1º
a
10 |
11
a
20 |
21
a
31 |
Meses |
Setembro |
Outubro |
Novembro |
Dezembro |
4. CULTIVARES INDICADAS
Para efeito de indicação dos períodos de plantio, as cultivares indicadas pelos
obtentores /mantenedores para o Estado, foram agrupadas conforme a seguir especificado.
GRUPO I CATI: Carioca Precoce.
GRUPO II AGROPECUÁRIA TERRA ALTA S/S LTDA: TAA Bola Cheia.
EMBRAPA: BRS NOTÁVEL, BRS VALENTE, VARRESAI e XAMEGO.
INSTITUTO AGRONÔMICO - IAC: IAC Diplomata.
GRUPO III EMBRAPA: BRS GRAFITE.
FT PESQUISA E SEMENTES LTDA: FTS MAGNÍFICO e FTS SOBERANO.
Notas:
1) Informações específicas sobre as cultivares indicadas devem ser obtidas junto aos
respectivos obtentores/mantenedores.
2) Devem ser utilizadas no plantio sementes produzidas em conformidade com a
legislação brasileira sobre sementes e mudas (Lei nº 10.711,
de 5 de agosto de 2003, e Decreto nº
5.153, de 23 de agosto de 2004).
5. RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APTOS AO CULTIVO E PERÍODOS INDICADOS PARA SEMEADURA
MUNICÍPIOS |
PERÍODOS DE SEMEADURA PARA
CULTIVARES DO GRUPO I |
SOLOS TIPO 1 |
SOLOS TIPO 2 |
SOLOS TIPO 3 |
Angra dos Reis |
|
|
6 a 7 |
Areal |
|
3 a 6 |
3 a 7 |
Barra do Piraí |
|
|
6 a 7 |
Barra Mansa |
|
|
6 a 7 |
Bom Jardim |
2 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Bom Jesus do Itabapoana |
|
|
6 a 7 |
Cachoeiras de Macacu |
|
|
6 a 7 |
Carmo |
|
|
6 a 7 |
Comendador Levy Gasparian |
|
|
6 a 7 |
Cordeiro |
|
|
6 a 7 |
Duas Barras |
3 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Engenheiro Paulo de Frontin |
|
|
6 a 7 |
Itatiaia |
|
|
6 a 7 |
Macaé |
|
|
6 a 7 |
Mangaratiba |
|
|
6 a 7 |
Mendes |
|
|
6 a 7 |
Miguel Pereira |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Nova Friburgo |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Nova Iguaçu |
|
|
6 a 7 |
Paraíba do Sul |
|
|
6 a 7 |
Parati |
|
|
6 a 7 |
Paty do Alferes |
3 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Petrópolis |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Pinheiral |
|
|
6 a 7 |
Piraí |
|
|
6 a 7 |
Porciúncula |
|
|
3 a 7 |
Porto Real |
|
|
6 a 7 |
Quatis |
|
|
6 a 7 |
Quissamã |
|
|
6 a 7 |
Resende |
|
|
6 a 7 |
Rio Claro |
|
|
6 a 7 |
Rio das Flores |
|
|
6 a 7 |
Rio das Ostras |
|
|
6 a 7 |
Santa Maria Madalena |
|
3 a 6 |
3 a 7 |
São Fidélis |
|
|
6 a 7 |
São José do Vale do Rio Preto |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Sapucaia |
3 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Sumidouro |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Teresópolis |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Trajano de Morais |
1 a 6 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Três Rios |
|
|
6 a 7 |
Valença |
|
|
6 a 7 |
Varre-Sai |
|
|
6 a 7 |
Vassouras |
|
|
6 a 7 |
Volta Redonda |
|
|
6 a 7 |
MUNICÍPIOS |
PERÍODOS DE SEMEADURA PARA
CULTIVARES DO GRUPO II |
SOLOS TIPO 1 |
SOLOS TIPO 2 |
SOLOS TIPO 3 |
Areal |
|
3 a 5 |
3 a 6 |
Bom Jardim |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Duas Barras |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 6 |
Miguel Pereira |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Nova Friburgo |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Paty do Alferes |
1 a 5 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Petrópolis |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Porciúncula |
|
3 a 4 |
3 a 5 |
Santa Maria Madalena |
|
3 a 5 |
3 a 6 |
São José do Vale do Rio Preto |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Sapucaia |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Sumidouro |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Teresópolis |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
Trajano de Morais |
1 a 5 |
1 a 6 |
1 a 7 |
MUNICÍPIOS |
PERÍODOS DE SEMEADURA PARA
CULTIVARES DO GRUPO III |
SOLOS TIPO 1 |
SOLOS TIPO 2 |
SOLOS TIPO 3 |
Areal |
|
2 a 4 |
2 a 5 |
Bom Jardim |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Duas Barras |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Miguel Pereira |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Nova Friburgo |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Paty do Alferes |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Petrópolis Porciúncula |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Santa Maria Madalena |
|
2 a 4 |
2 a 5 |
São José do Vale do Rio Preto |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Sapucaia |
|
1 a 4 |
1 a 5 |
Sumidouro |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Teresópolis |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
Trajano de Morais |
1 a 4 |
1 a 5 |
1 a 6 |
D.O.U., 05/12/2013 - Seção 1